O Dia

Foi um Rio que passou em minha vida...

Febre na internet, a contemplaç­ão e troca-troca de fotos antigas definitiva­mente chegaram para ficar, resgatando imagens raras e dados históricos

- FRANCISCO EDSON ALVES falves@odia.com.br

Colecionad­ores usam a internet para divulgar e trocar fotos raras e históricas do Rio de Janeiro, encantando milhares de saudosista­s. Conheça as principais páginas destes ‘arqueólogo­s virtuais’.

Com cerca de 120 milhões de brasileiro­s conectados, as redes sociais fizeram surgir os ‘arqueólogo­s virtuais’, fenômeno que se expande sobretudo no Facebook. São amantes de fotografia­s, que caçam e trocam informaçõe­s e imagens do passado. Na capital, Baixada Fluminense e Região Metropolit­ana, proliferam criadores de páginas, sem fins lucrativos, com esse tipo de perfil nostálgico, que têm ajudado a recontar melhor e fielmente o Rio Antigo.

“As novas tecnologia­s criaram e estão aprimorand­o importante­s meios de resgates de imagens e de documentos, que estavam fadados ao esquecimen­to, guardados em arquivos pessoais. É uma revolução se precedente­s”, afirma o historiado­r Lauro Barretto.

Graças aos ‘arqueólogo­s virtuais’, detalhes que traduzem costumes, tradições, modas, tendências e curiosidad­es de como eram os transporte­s, praias e o glamour dos cinemas, por exemplo, na forma sentimenta­l, valem ouro. E estão sendo recuperado­s e revelados.

“A partir desse hobby, eu e mais 17 mil cariocas estudamos o passado e refletimos o presente para um futuro melhor”, resume Cleydson Garcia, do portal Especial Rio An- tigo. O jornalista Tiago Bandeira e o pesquisado­r Rômulo Lima tocam a página Memórias do Subúrbio Carioca. “Reunimos 27 mil seguidores”, orgulha-se Tiago, famoso por revelar “maravilhas das periferias”.

Raphael Belém, do site Cascadura — Caminhos do Subúrbio, conta que sua iniciativa faz a ponte entre 25 mil moradores com o poder público e instituiçõ­es. A cinéfila Sabrina Monteiro, por sua vez, instituiu o Memória dos Cinemas de Rua, que já reúne mais de 2 mil aficionado­s por cinemas antigos. “Já surgiu até um movimento para resgatar salas de projeções abandonada­s”, revela.

A seleção das fotos “é por feeling”, com prioridade para as mais antigas, inusitadas, inéditas, que cativam a memória afetiva. A preocupaçã­o de se identifica­r os autores, por conta dos direitos autorais, está se tornando uma convenção entre eles, já que só fotos com mais de 70 anos são de domínio público.

O site www.vozerio.org.br relaciona cerca de 30 perfis com milhares de álbuns virtuais. Um deles, o Rio de Janeiro — Memória e Fotos, tem pelo menos 7 mil imagens, com audiência de 130 mil internauta­s. Boa parte dos perfis tem até 50 mil curtidas por dia.

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DIVULGAÇÃO: MADUREIRA: ONTEM & HOJE
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DEMOLIDA DIVULGAÇÃO: COPACABANA
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 ?? DIVULGAÇÃO - MADUREIRA: ONTEM & HOJE DIVULGAÇÃO: MEMÓRIA DOS CINEMAS DE RUA ?? 1. Bonde (1950) 2. Carlos Drummond de Andrade, em Copa (início da década de 1980) 3. Os ‘arqueólogo­s virtuais’ Rômulo Lima (E) e Tiago Bandeira 4. Túnel do Pasmado, Botafogo (década de 1950) 5. Praia de Copacabana (1930) 6. Copacabana (1904) 7. Carnaval em Madureira (1954) 8. Cinelândia (1958) 9. Mercadão de Madureira (1937) 10. Circuito Gávea de corridas de automóveis (1940) 11. Estação do Méier (1936) 12. Praia de Ramos (1972) 1 3 4 5 6 9 10 2 11
DIVULGAÇÃO - MADUREIRA: ONTEM & HOJE DIVULGAÇÃO: MEMÓRIA DOS CINEMAS DE RUA 1. Bonde (1950) 2. Carlos Drummond de Andrade, em Copa (início da década de 1980) 3. Os ‘arqueólogo­s virtuais’ Rômulo Lima (E) e Tiago Bandeira 4. Túnel do Pasmado, Botafogo (década de 1950) 5. Praia de Copacabana (1930) 6. Copacabana (1904) 7. Carnaval em Madureira (1954) 8. Cinelândia (1958) 9. Mercadão de Madureira (1937) 10. Circuito Gávea de corridas de automóveis (1940) 11. Estação do Méier (1936) 12. Praia de Ramos (1972) 1 3 4 5 6 9 10 2 11
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