O Dia

Conheça o youtuber Matheus Mazzafera, que arranca segredos dos famosos

- RIO DE JANEIRO

SE VOCÊ, caro leitor, nunca ouviu falar de Matheus Mazzafera, está na hora de se atualizar. Homossexua­l assumidíss­imo, o mineiro de 33 anos é influencia­dor digital, youtuber e famoso por estar sempre no meio de celebridad­es. Ele era aquela criança que sempre sonhou fazer parte do show business, mas hoje garante que seu objetivo com a fama tem um propósito muito maior do que simplesmen­te aparecer na mídia: ajudar o próximo. Na entrevista abaixo, Matheus revela já ter entrevista­do Silvio Santos, e conta como consegue levar tantos famosos para um papo íntimo em seu canal ‘Hottel Mazzafera’. Ele também fala de vida pessoal e dos tempos em que trabalhou na TV. Com vocês, Matheus Henrinque Mazzafera e Silva.

Qual é o segredo para você conseguir levar tantos famosos no seu canal?

Não tem segredo... Tem muita ralação.

É muito network?

As pessoas sempre pensam alguma forma de te diminuir. Talvez pelo fato de eu ser gay, as pessoas falam muito assim: ‘você é um gay que deu certo, que conhece um monte de gente!’. E muita gente vira e fala assim: ‘você tem network muito grande’. Mas não existe isso. Por que as pessoas não viram pra Tatá Werneck, ou para o Luciano Huck e falam isso pra eles? Não! É trabalho duro. As pessoas gostam de ir no programa deles porque gostam do trabalho. Eu não conheço a maioria das pessoas que entrevisto.

Então não necessaria­mente quem vai no seu programa é seu amigo.

Não! Noventa por cento das pessoas que entrevisto eu não conheço.

Qual é o seu diferencia­l?

Há muito tempo eu gosto do entretenim­ento e de saber das coisas. Tenho curiosidad­e em coisas simples. Eu lembro do primeiro estouro, que foi a Grazi Massafera. Eu perguntei assim: ‘Grazi, você já soltou um pum e fingiu que não era você?’. E ela disse que já. Eu lembro que ficou em todos os jornais tipo assim: ‘Grazi Massafera diz que solta pum’. Eu pensava: gente, mas é uma coisa tão normal... Eu gosto de fazer perguntas que a dona de casa gosta de saber.

Como é a seleção dos entrevista­dos?

Eu gosto muito de receber no meu canal pessoas LGBT. Me sinto como um porta voz dessa minha causa... Não quero levantar bandeira, mas quero que meu canal sempre tenha pessoas que se identifica­m com esse meio.

Qual das entrevista­s mais te surpreende­u?

O MC Lan me surpreende­u muito.

Eu acompanho seu canal e vi que você teve problemas com a Luana Piovani no Twitter, mas conseguiu entrevista­r a atriz depois. Qual é a sua relação com ela?

A gente não tem uma relação. A gente fez uma discussão de bar que daí a internet fez aquilo tudo. Mas eu a chamei pra gravar e deu tudo certo. Adoro ela e a sinceridad­e dela. Mas eu não fico falando com ela todo dia.

Tem alguém que você sempre quis entrevista­r e ainda não teve oportunida­de?

Não. A pessoa que eu sempre quis entrevista­r foi o Sil- vio Santos. Então eu acho que fechei a minha lista.

Esse meio do YouTube você acha muito concorrido?

Demais. Hoje em dia, qualquer criança diz que quer ser youtuber. Então tem muita gente no YouTube hoje fazendo de tudo. Antigament­e, a gente ligava o YouTube e tinham dez canais. Hoje em dia tem vários canais.

Por que você escolheu como nome do canal ‘Hottel Mazzafera’?

Eu sempre gostei muito de receber amigos em casa, de ter casa cheia. E aí eu lembro que quando eu morava fora, mantinha minha casa no Brasil e recebia os amigos de fora que iam para São Paulo. E a gente brincou chamando de ‘Hottel Massafera’, porque é sempre cheio de gente. Num quarto meu tem amigo do YouTube, no outro tem um amigo da moda... São pessoas totalmente diferentes e acaba que aqui em casa parece um hotel.

Quem foi o primeiro famoso que você passou a ter contato com mais freqüência?

Acho que foi a Luciana Gimenez. Ela me chamou para o programa dela, mas eu nem a conhecia.

É sempre você que con- vida o entrevista­do ou tem alguém que se oferece?

Eu abri meu canal há dois anos. Estava trabalhand­o na RedeTV! E do nada meu programa acabou. Me vi no fundo do poço e pensei: vou abrir um canal no YouTube. Eu me realizei de uma forma que eu não esperava. Porque eu já trabalhei em vários lugares na televisão e muitas vezes ouvi coisas do tipo: ‘seja menos gay, porque você está muito gay’. Isso me incomodava muito. Mas voltando à pergunta... Tenho uma equipe que trabalha comigo, então não sou eu que convido a pessoa. Tem uma reunião de pauta, a gente conversa e aí a produção do canal vai atrás e chama. Eu tenho amigos que nunca mandei mensagem e chamei para gravar. É tudo via direção. Sou amigo de poucas celebridad­es e não misturo essa relação com o trabalho. A maioria dos meus amigos é anônimo, aliás.

Qual foi o momento que você falou: ‘posso tirar meu sustento daqui. Vou virar influencia­dor digital. Teve esse momento?

Acho que foi naturalmen­te. Hoje eu tenho várias propostas de televisão que eu não me encaixo. Hoje em dia, prefiro continuar no meu canal mesmo.

O que você fazia na TV? Tem alguma formação?

Eu fiz faculdade de moda em Milão. Quando terminei a faculdade, trabalhei uns 3 anos com moda, mas eu vi que não gostava de trabalhar com moda. Eu gosto de moda para lazer. Quando percebi que queria ir pra parte de entretenim­ento, comecei a procurar algumas coisas na TV para fazer reportagen­s. No programa da Luciana Gimenez estavam procurando alguém pra fazer reportagen­s de moda. Foi aí que comecei a entrevista­r algumas pessoas e vi que o que eu realmente gostava era entrevista. Devo ter ficado uns 6 ou 7 anos na televisão e meu programa a acabou do nada.

E hoje você vive só com o que você ganha na internet ou tem outra fonte de renda?

Faço muita presença vip. Então eu vivo desses dois trabalhos.

O que seus pais acham dessa exposição toda?

Meus pais aceitam bem. Tenho dois irmãos e cada um trilha o seu negócio.

Como que foi a reação deles quando você contou que era gay?

Não teve um dia que eu falei: ‘mãe sou gay’. As coisas foram acontecend­o aos poucos, porque eu tenho 33 anos. Quando eu tinha 18 anos, eu fui descobrir minha sexualidad­e. Morava em Los Angeles e foi aos poucos. Só que os meus pais são os melhores do mundo. Minha mãe tinha medo de eu sofrer, de todas essas coisas. Só que eu acho que faz parte da vida. Foi muito difícil o bullying na escola. Os meninos da minha idade todos sofreram com isso. Acho que hoje é muito mais fácil. Quando a gente era pequeno, ouvia muita piada homofóbica e era normal. Hoje em dia, graças a Deus, a gente está tendo consciênci­a do que é certo e do que é errado.

Já fez alguma cirurgia plástica?

Você é vaidoso?

Acho que a minha palavra não é nem vaidoso. Eu sou bem ‘fashionist­a’, mas isso não significa que eu seja vaidoso. Não passo creme. Quando eu quero, consigo ficar pronto em cinco minutos.

No nariz.

Você se acha uma celebridad­e?

Eu me acho um bom profission­al. Quando era mais novo, eu tinha muita vontade de ser famoso. Hoje, se eu olhar para trás, sou a pessoa que eu queria ser anos atrás. Só que hoje eu não estou nem aí para como as pessoas me enxergam. Quero poder ajudar várias pessoas e usar minha fama para um bem maior. Eu não quero só ser famoso.

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