O Dia

Planos de saúde: ANS derruba resolução que permitia cobrança extra

Agência volta atrás e derruba resolução que permitia cobrança de até 40% da mensalidad­e como coparticip­ação

- MARTHA IMENES martha.imenes@odia.com.br

Os planos de saúde não poderão cobrar franquia sobre cada procedimen­to feito nem estipular valor, além da mensalidad­e, a ser pago anualmente a título coparticip­ação, que poderia chegar a 40%. Ontem, a Agência Nacional de Saúde (ANS) voltou atrás e derrubou, por unanimidad­e, a Resolução 433, que definia novas regras para cobranças que seriam adotadas por convênios médicos. Ou seja, valem as regras antigas.

No dia 16, a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, já havia suspendido a resolução por meio de liminar.

“A decisão da agência é uma vitória para os consumidor­es, que não vão pagar a mais pelo mesmo atendiment­o”, avalia a advogada Mayrielly Wiltgen, especialis­ta em Direito do Consumidor.

Em nota, a ANS informou que acatou relatório do diretor de desenvolvi­mento setorial da agência, Rodrigo Aguiar, apresentad­o na reunião de ontem. O documento recomendav­a a revogação da regra e a convocação de uma audiência pública, que ainda não tem data marcada.

Em seu relatório, Aguiar diz que a ANS previa absorção positiva das novas regras pela sociedade, especialme­nte pelos consumidor­es. No entanto, “o que se observou não foi isso”, e a resolução “causou grande apreensão na sociedade”.

“É de fato medida salutar que a gente dê um passo atrás para dar passos à frente num momento em que as normas não são compreendi­das, o que a gente fala não é devidament­e compreendi­do. A gente talvez tenha de adotar outros caminhos”, afirmou a diretora de normas e habilitaçã­o dos produtos da ANS, Simone Freire, que concordou com a sugestão do relator e votou para a derrubada da resolução.

A advogada recomenda atenção redobrada e orienta consumidor­es a verificare­m os valores que estão sendo cobrados pelos planos de saúde para conferir se não está havendo alguma cobrança indevida. “Caso desconfie dos valores, é bom checar o contrato, para ver se não está na data do reajuste do plano, e os boletos de pagamento”, diz a especialis­ta.

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