Funcionários demitidos após morte de paciente
Comissão de intervenção no Getúlio Vargas determinou ontem o desligamento dos envolvidos no caso de Irene
A comissão de intervenção formada pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) no Hospital Getúlio Vargas, na Penha, determinou a demissão de todos os funcionários envolvidos no caso da paciente Irene de Jesus Bento, que morreu no sábado passado, após ter atendimento negado na unidade. A família acusa o hospital de negligência.
Representantes da comissão — formada por cinco pessoas, entre elas o subsecretário estadual de Saúde, Charbel Khouri Duarte —, se reuniram com o diretor da unidade, Paulo Ricardo Lopes, na manhã de ontem.
“Queremos apurar o que aconteceu e ouvir os envolvidos para avaliar o processo de atendimento. Um erro é notório, claro que existe, só não sabemos aonde foi esse erro. Temos muito trabalho pela frente para investigar o que houve”, disse Khouri.
FILHO FILMOU DESCASO
Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde confirmou que o pedido de demissão foi feito. No entanto, a assessoria de imprensa da pasta não informou se o pedido vale para todos os funcionários que aparecem no vídeo feito pelo filho da vítima. Rangel Luiz Marques da Silva, 35, filmou funcionários parados, sem realizar atendimento, enquanto Irene aguardava o socorro. Nas imagens, estava uma médica, sentada, manuseando um celular.
Alegando mal-estar, Irene de Jesus deu entrada no Getúlio Vargas às 14h de sábado e foi liberada depois de passar na triagem porque o caso não era grave, segundo um funcionária falou para Rangel. No entanto, ele levou a mãe para UPA, ao lado da unidade, onde o estado de saúde se agravou. Ela acabou sendo levada novamente ao Getúlio de ambulância, por volta das 22h, onde morreu 40 minutos depois por excesso de ácido no sangue, em decorrência de complicações geradas por diabetes.
A Polícia Civil investiga o caso e o Cremerj instaurou sindicância para apurar a conduta dos médicos.