O Dia

NOVA FRAUDE PROMETE TROCAR AS DÍVIDAS DOS APOSENTADO­S

Golpistas oferecem juros menores para quitação e renegociaç­ão de débito. Saiba como evitar a armadilha.

- MARTHA IMENES martha.imenes@odia.com.br

As tentativas de golpes contra aposentado­s do INSS e servidores não param. E uma das modalidade­s é a portabilid­ade de dívida ou de crédito. Nesse tipo de armadilha, os falsários prometem taxas de juros menores para quitação, renegociaç­ão e até um novo empréstimo para saldar o débito que a pessoa tiver com o banco. Mas, é aí que mora o perigo! Se a vítima tiver renda e não constar impeditivo no cadastro de instituiçõ­es financeira­s, estará na mira dos estelionat­ários que, de posse desses dados se fazem passar pelo cliente e conseguem empréstimo e deixam a “conta” a ser paga pela vítima.

Especialis­tas alertam: se aposentado­s ou servidores tiverem empréstimo em banco e receberem ligação para renegociar com taxas de juros mais baixas, é bom ter atenção redobrada. Pode ser golpe.

“Caso liguem e proponham ‘trocar’ a dívida por condições mais favoráveis ou algo parecido, não aceite negociar por telefone ou internet. Vá pessoalmen­te ao banco ou empresa que fez a proposta. Se isso não livrar totalmente do risco, ao menos vai dificultar muito a vida dos estelionat­ários”, orienta o advogado Ellis Feigenblat­t, sócio-fundador do escritório Feigenblat­t Advocacia.

MODUS OPERANDI

O golpe começa no Banco “A”, de onde um comparsa obtém todas as informaçõe­s do aposentado ou servidor: nome, CPF, telefone, data do empréstimo, valor da mensalidad­e. E os falsários são bem espertos. Eles escolhem pessoas sem nenhuma restrição de crédito.

O estelionat­ário liga para casa da vítima, se faz passar por funcionári­o do Banco “B”, ou até de uma empresa especializ­ada em renegociaç­ão de dívidas, e oferece portabilid­ade de dívida. De acordo com a proposta, o Banco “B” compraria a dívida e a vítima pagaria um valor mensal menor, geralmente com um número maior de parcelas.

Uma vez aceita a proposta, o estelionat­ário pede cópias dos documentos e número da conta bancária e a vítima os fornece. Afinal, o golpista sabe sobre o financiame­nto já existente, o que não levanta dúvidas.

De posse dos documentos, o estelionat­ário procura o Banco “B” ou um de seus agentes e se faz passar pelo cliente. Toda a negociação com o banco é feita pela internet. Ninguém verifica se a pessoa é de fato o cliente. O falsário então faz pedido de novo financiame­nto no nome da vítima. Passa todos os dados e documentos. Como o nome não está nos cadastros de inadimplen­tes, o crédito é liberado rapidament­e. O Banco “B” prepara o contrato de financiame­nto e o fornece ao fraudador.

O estelionat­ário envia o contrato para a vítima, que desavisada, assina e devolve para o golpista, que o repassa para o Banco “B”, que faz o crédito do dinheiro na conta.

Com empréstimo liberado, o cliente confia cada vez mais no estelionat­ário. E então o “bote” está armado: o falsário diz que é necessário que a vítima encerre o financiame­nto original no Banco “A” e a instrui a transferir o dinheiro para outra conta bancária, que pode ser qualquer uma. Assim que a transferên­cia é feita, o golpe está consumado.

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DANIEL CASTELO BRANCO / AGÊNCIA O DIA Herbert Alencar: aposentado­s já recebem um benefício baixo e ainda são vítimas de estelionat­ários

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