NOVA FRAUDE PROMETE TROCAR AS DÍVIDAS DOS APOSENTADOS
Golpistas oferecem juros menores para quitação e renegociação de débito. Saiba como evitar a armadilha.
As tentativas de golpes contra aposentados do INSS e servidores não param. E uma das modalidades é a portabilidade de dívida ou de crédito. Nesse tipo de armadilha, os falsários prometem taxas de juros menores para quitação, renegociação e até um novo empréstimo para saldar o débito que a pessoa tiver com o banco. Mas, é aí que mora o perigo! Se a vítima tiver renda e não constar impeditivo no cadastro de instituições financeiras, estará na mira dos estelionatários que, de posse desses dados se fazem passar pelo cliente e conseguem empréstimo e deixam a “conta” a ser paga pela vítima.
Especialistas alertam: se aposentados ou servidores tiverem empréstimo em banco e receberem ligação para renegociar com taxas de juros mais baixas, é bom ter atenção redobrada. Pode ser golpe.
“Caso liguem e proponham ‘trocar’ a dívida por condições mais favoráveis ou algo parecido, não aceite negociar por telefone ou internet. Vá pessoalmente ao banco ou empresa que fez a proposta. Se isso não livrar totalmente do risco, ao menos vai dificultar muito a vida dos estelionatários”, orienta o advogado Ellis Feigenblatt, sócio-fundador do escritório Feigenblatt Advocacia.
MODUS OPERANDI
O golpe começa no Banco “A”, de onde um comparsa obtém todas as informações do aposentado ou servidor: nome, CPF, telefone, data do empréstimo, valor da mensalidade. E os falsários são bem espertos. Eles escolhem pessoas sem nenhuma restrição de crédito.
O estelionatário liga para casa da vítima, se faz passar por funcionário do Banco “B”, ou até de uma empresa especializada em renegociação de dívidas, e oferece portabilidade de dívida. De acordo com a proposta, o Banco “B” compraria a dívida e a vítima pagaria um valor mensal menor, geralmente com um número maior de parcelas.
Uma vez aceita a proposta, o estelionatário pede cópias dos documentos e número da conta bancária e a vítima os fornece. Afinal, o golpista sabe sobre o financiamento já existente, o que não levanta dúvidas.
De posse dos documentos, o estelionatário procura o Banco “B” ou um de seus agentes e se faz passar pelo cliente. Toda a negociação com o banco é feita pela internet. Ninguém verifica se a pessoa é de fato o cliente. O falsário então faz pedido de novo financiamento no nome da vítima. Passa todos os dados e documentos. Como o nome não está nos cadastros de inadimplentes, o crédito é liberado rapidamente. O Banco “B” prepara o contrato de financiamento e o fornece ao fraudador.
O estelionatário envia o contrato para a vítima, que desavisada, assina e devolve para o golpista, que o repassa para o Banco “B”, que faz o crédito do dinheiro na conta.
Com empréstimo liberado, o cliente confia cada vez mais no estelionatário. E então o “bote” está armado: o falsário diz que é necessário que a vítima encerre o financiamento original no Banco “A” e a instrui a transferir o dinheiro para outra conta bancária, que pode ser qualquer uma. Assim que a transferência é feita, o golpe está consumado.