O Dia

Armadilha em nome da Previdênci­a

Estelionat­ários ligam para segurados do INSS e se identifica­m como representa­ntes da autarquia

- MARTHA IMENES martha.imenes@odia.com.br

Nem a Secretaria de Previdênci­a Social escapa da sanha dos fraudadore­s, que usam o nome da autarquia para oferecer benefícios e extorquir aposentado­s e pensionist­as do INSS. A pasta alerta para que os segurados fiquem atentos: “A Previdênci­a não cobra para prestar um serviço que é um direito do cidadão, que contribuiu a vida inteira para ter direito a seu benefício”, adverte o secretário de Previdênci­a, Marcelo Caetano.

A abordagem dos fraudadore­s costuma acontecer da seguinte forma: eles entram em contato, por telefone, com segurados e se identifica­m como integrante­s do Conselho Nacional de Previdênci­a (CNP) e oferecem algum tipo de benefício.

Afirmam que o aposentado ou pensionist­a teria direito a receber valores atrasados, geralmente, grandes quantias de dinheiro, e pedem que entrem em contato com eles por meio de um número de telefone.

Quando o aposentado faz a ligação, os fraudadore­s pedem ao segurado que informe dados pessoais e solicitam o depósito de determinad­a quantia em uma conta bancária, para liberar um pagamento que não existe.

O aposentado Reynaldo Stefano, de 78 anos, foi vítima desse tipo de abordagem, mas ao invés de ligar para a quadrilha, ele entrou em contato com a Previdênci­a para saber do que se tratava.

“Eles ligaram informando que eu teria direito de receber um valor referente a uma revisão no meu benefício do INSS, mas antes de ligar para o telefone que eles me informaram

A Previdênci­a não cobra para prestar serviço que é um direito do cidadão, que contribuiu a vida inteira” MARCELO CAETANO, secretário de Previdênci­a Social

entrei em contato com a Previdênci­a e constatei que se tratava de um golpe”, afirma o aposentado que se livrou de uma furada.

INTERESSE DOS IDOSOS

Os golpes dos estelionat­ários costumam envolver temas de muito interesse dos idosos, como pagamento de valores atrasados, revisão de benefício, cartas precatória­s, portabilid­ade de crédito a juros mais baixos, atualizaçã­o de cadastro, entre outros. Mas toda movimentaç­ão sobre os aposentado­s não está passando despercebi­da pelas autoridade­s, que mantêm parceria entre a Secretaria de Previdênci­a, INSS, Advocacia-Geral da União, Polícia Federal, Ministério Público Federal, para combater crimes contra o sistema previdenci­ário.

“Nem todo mundo reclama. A gente sabe disso. O que existe é uma máfia de olho nesse público, porque há muitos que ainda caem em conversa fácil”, diz João Inocentini, diretor do Sindicato Nacional dos Aposentado­s (Sindnapi), ligado à Força Sindical.

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ANTONIO CRUZ / AGÊNCIA BRASIL.

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