Empregos
Avenezuelana Ereysis Salazar, de 34 anos, é formada em Administração. Após o governo intervir no banco em que trabalhava, na cidade de Guárico, ela foi demitida. Passou a atuar como manicure. Mas o salário mínimo que recebia não garantia o sustento dela e de suas duas filhas. A opção foi vir para o Brasil. Na capital fluminense, ela foi encaminhada pela Cáritas Arquidiocesana para o Curso de Cuidador, oferecido gratuitamente pela empresa Furnas, no Centro do Rio. Pode ser o recomeço para Ereysis e outros refugiados como Oswaldo Moncayo e Ana Maria Guerra Herrera, da Venezuela, e Mimy Manza, do Congo, que buscam novas oportunidades de trabalho no Brasil.
As inscrições estão abertas para a nova turma, que inicia os estudos no dia 14. “Estou trabalhando como manicure aqui no Brasil. Com o diploma do curso, posso ter mais chances, pois estou morando em Copacabana, onde vivem muitos idosos que podem precisar dos meus serviços”, diz Ereysis Salazar, que incluiu a capacitação no currículo e busca emprego na área.
PÚBLICOS DIVERSOS
A venezuelana foi colega de turma de Fátima de Freitas Bezerra, de Duque de Caxias. Elas concluíram a carga horária de 180 horas do programa de capacitação, que forma profissionais para atuar não apenas com idosos, mas também com crianças, adultos e pessoas com algum tipo de deficiência. Foi o que atraiu o interesse de Fátima, que já trabalhava como cuidadora de idosos e pôde ampliar os conhecimentos no trato com outros públicos.
Fátima, de 50 anos, concluiu as aulas em julho. E já
A nova turma oferece 60 vagas gratuitas, que são destinadas a refugiados e brasileiros
colocou em prática as novas técnicas que aprendeu. Ela é voluntária de um projeto social na comunidade do Vidigal, no Leblon. Numa roda de leitura, acompanhou uma criança autista. “O menino apareceu na atividade e eu me senti preparada pra cuidar dele. Fiquei ao lado todo o tempo, segurando na mão dele e tentando prender sua atenção para a tarefa que estava sendo proposta”, conta Fátima.
Ereysis também já colocou em prática o que aprendeu no curso. Além disso, adquiriu gosto por uma nova profissão. “Ao longo das aulas, me apaixonei pela atividade. Por enquanto, consegui uma diária como cuidadora. Mas sinto que posso trabalhar muito mais”, diz.