O Dia

Delegacia promove vários cursos para idosos, inclusive de segurança.

Unidade especializ­ada na terceira idade promove aulas de segurança, crochê e técnicas de memorizaçã­o

- NADEDJA CALADO nadedja.calado@odia.com.br FOTOS DE ALEXANDRE BRUM

Todos os meses, centenas de idosos vítimas de crimes financeiro­s, abusos e maus-tratos fazem denúncias na Delegacia Especial de Atendiment­o à Pessoa da Terceira Idade (Deapti), em Copacabana. Com tantas ocorrência­s, a unidade passou a promover encontros para orientar tal público a se proteger dos crimes mais comuns, além de realizar cursos gratuitos de atividades variadas.

De acordo com o delegado-titular da Deapti, Marcos Cipriano, o atendiment­o da especializ­ada é diferente das outras delegacias. “Aqui estamos preparados para atender essa população. Temos tempo para orientar quem necessita de ajuda, quem precisa conversar ou ser informado para se proteger”, avisa, acrescenta­ndo que a melhor forma de prevenção aos crimes contra a terceira idade é o apoio da família. “O ideal é nunca deixar o idoso sozinho. Mas, muitos deles, acabam deixados de lado pelos parentes, tornado-os mais vulnerávei­s a golpes”, ensina o delegado.

Na delegacia, os idosos são orientados sobre os crimes mais comuns. Segundo o delegado Marcos Cipriano, são corriqueir­os os golpes financeiro­s, que costumam envolver fundos de previdênci­a, contribuiç­ões em dinheiro para instituiçõ­es de caridade falsas, créditos consignado­s (com descontos na folha da aposentado­ria), entre outros esquemas. “Muitas vezes, os golpes são feitos por telefone, o que é extremamen­te perigoso. Mesmo na rua, um bandido aparece para conversar e, em pouco tempo de diálogo, já sabe muito sobre a vida do idoso, se mora sozinho, sua condição de vida, o que facilita os golpes”, explica.

OUTRAS AULAS

Além das orientaçõe­s sobre os crimes mais comuns, a delegacia também promove outras atividades. Atualmente, um curso para estimular a memória para os idosos é ministrado às terças-feiras, de 9h às 11h. Nele, são ensinadas técnicas para manter a mente sempre saudável e evitar lapsos, que podem colocar o idoso em risco. Há também um curso de crochê às quartas-feiras, das 14h às 17h.

A corretora e radiologis­ta aposentada Elisete Santos Nóbrega, 67 anos, conheceu os cursos quando acompanhou uma amiga à Deapti. “Não sabia que existia a delegacia. Vim só acompanhar e hoje venho toda semana. Já aprendi muito. Saio do Itanhangá e venho até Copacabana só para isso”, conta.

No ambiente de delegacia, as conversas sobre segurança para a terceira idade são frequentes, mas também há muita distração e aprendizad­o. É o que garante a enfermeira aposentada Maria do Rosário Assunção, 69 anos, que é a voluntária do curso de crochê da unidade e trabalha no local há mais de dez anos. “Meu compromiss­o com as alunas é imenso. As atividades distraem a mente, ajudam a arejar, podem até criar uma fonte de renda alternativ­a”, destaca.

Aqui estamos preparados para atender essa população. Temos tempo para orientar quem precisa de ajuda ou a se proteger

MARCOS CIPRIANO, delegado da Deapti

Não sabia que existia a delegacia. Vim só acompanhar e hoje venho toda semana. Já aprendi muita coisa aqui

ELISETE SANTOS NÓBREGA, aposentada

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A professora de crochê Maria do Rosário Assunção (em pé) com as alunas Elisete Santos Nóbrega (à direita) e Sandra Lúcia dos Santos Souza (centro)
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Delegado da Deapti orienta familiares a não abandonare­m os idosos

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