TUDO SE RESUME A TORNAR A VIDA MELHOR
Muita gente soltou foguetes e deu cambalhotas com a notícia de que a educação financeira entraria este ano na Base Nacional Comum Curricular e passaria a ser “habilitação obrigatória” na BNCC, que estabelece referências para os currículos escolares nos próximos anos. As redes estaduais de ensino têm até 2020 para implantar definitivamente a educação financeira nas escolas públicas. O problema é que, no meio do caminho, tem uma eleição. E, dependendo do resultado, a BNCC poderá ser toda ela revisada ou rasurada. Ou seja: uma pena!
Felizmente, educação financeira não é assunto de políticos ou de “candidatos” — é assunto de Estado, de estadistas e também de grandes homens ou grandes mulheres do setor privado.
Educação financeira para valer vai além de ler carnês, entender faturas ou compreender boletos. Não se trata apenas de fazer cálculos, se trata de saber como lidar com as rotinas em harmonia com os orçamentos. Os desafios aqui são: conscientização e colaboração entre as pessoas; equilíbrio entre consumo e sustentabilidade; e, acima de tudo, HÁBITO. Assim como é vital tomar banho, escovar os dentes, pentear os cabelos, trabalhar, almoçar, lanchar, jantar... também é essencial cuidar do dinheiro — cuidar do dinheiro tem que fazer parte da nossa “higiene financeira pessoal”.
Claro que é importante aprender nas escolas conceitos básicos, como taxa de juros, índices de inflação, carga de impostos, possibilidades de aplicações ou investimentos, bem como suas rentabilidades e liquidez. Mas é fundamental praticar em casa a economia que se faz ao apagar a luz, fechar a torneira, reciclar objetos, conservar brinquedos e não desperdiçar comida no prato.
O uso consciente de recursos domésticos, industriais e naturais deve ser o primeiro dos nossos aprendizados elementares. Crianças (desde cedo) e adultos (em algum dia na vida) precisam aprender que gás, água, energia elétrica e infraestrutura de saneamento, por exemplo, têm custo; logo, têm preço; logo, alguém tem que pagar... E dinheiro (embora muitos pensem o contrário) não brota do chão, não dá em árvore, não cai do céu, não vem com o vento. De novo: uma pena!