O Dia

Políticos não foram denunciado­s

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N As intercepta­ções telefônica­s feitas para investigar traficante­s do Cavalão, em Niterói, revelaram a possível ligação entre políticos da cidade e os bandidos. No entanto, os parlamenta­res citados nas escutas, o presidente da Câmara Paulo Bagueira (Solidaried­ade), e Renato Cordeiro Junior, o Renatinho da Oficina (PTB) não foram denunciado­s.

Segundo o MP, as investigaç­ões apontariam para a compra de votos dos políticos nas eleições de 2016, na qual foram eleitos. “Nas escutas não vemos informaçõe­s sobre eles ligados ao tráfico. Nas conversas, há informaçõe­s de que haveria uma suposta compra de votos em dias anteriores à eleição de 2016. Não temos atribuição para apurar esses casos e já enviamos para a Polícia Federal e Procurador­ia Regional Eleitoral”, explicou a promotora Roberta Dias Laplace.

Ainda segundo a promotora, Renatinho da Oficina é citado pela primeira-dama do tráfico em ligação, na qual ela afirma que ele quer comprar votos de moradores das comunidade­s Cocada e Mato Grosso, em Niterói, onde o tráfico do Cavalão exerce influência. As favelas ficam no Sapê, região apontada como reduto eleitoral do vereador.

A assessoria do presidente da Câmara de Niterói disse que ele sempre atuou junto aos moradores do Cavalão, mas nega envolvimen­to com o tráfico ou compra de votos. “O vereador Paulo Bagueira nega as acusações, rechaça envolvimen­to do seu nome com esse tipo de ação e que não teve acesso às investigaç­ões. Afirma que irá apresentar sua defesa”. Já Renatinho da Oficina informou que seu advogado vai tomar as medidas cabíveis. “Conheço e já fui no Cavalão. Tenho amigos lá de mais de 20 anos, mas não tive votos lá. As pessoas falam o que querem. Se me chamarem estarei à disposição da Justiça. Temos que esperar tudo acontecer primeiro”, disse.

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