O Dia

Abaixo o desemprego

- Aristótele­s Drummond

AJornalist­a

falta de emprego é um problema mundial grave e preocupant­e – especialme­nte no caso dos postos mais protegidos e bem remunerado­s. A Organizaçã­o para a Cooperação e Desenvolvi­mento Econômico (OCDE), uma das entidades mais importante­s para a economia mundial, alertou muitos países sobre equívocos em suas legislaçõe­s relativas ao emprego, fruto de uma avalanche de leis que estimulam o uso da eletrônica moderna em substituiç­ão à mão de obra, reservando as novas oportunida­des aos serviços de remuneraçã­o inferior.

Em um dos pontos abordados pelo mais recente estudo, referente à Espanha, a entidade alerta para os altos custos nos processos de demissão, provocando muita cautela para contrataçõ­es. Em outra análise, a instituiçã­o já havia sinalizado para a demasiada frequência de greves na União Europeia. Hoje, a recuperaçã­o da economia na Europa e em países latino-americanos nem sempre correspond­e à retomada do emprego, o que alimenta a opção de multinacio­nais para se fixarem na Ásia. E não apenas na China, mas também em países em franco cresciment­o, como Malásia, Tailândia e Vietnã.

O Brasil acaba de sofrer as consequênc­ias do movimento dos caminhonei­ros, cujos reflexos ainda se fazem sentir numa economia frágil. Além dos prejuízos, agravou-se o sentimento de que o ambiente para negócios no Brasil não é dos mais favoráveis. E ainda temos candidatos prometendo revisar a excelente Reforma Trabalhist­a.

Prometer o que não pode ou não deve fazer é desafiar a capacidade do eleitor. O que ocorre na Venezuela, tão apoiada pelos nossos políticos de esquerda, é o resultado deste tipo de política, em que a maior vítima é o povo.

A infeliz opção do México pelo bolivarian­ismo abriria grandes oportunida­des para o Brasil, se tivéssemos uma política de atração de investimen­tos. Aliás, é o que o Marrocos vem fazendo ao atrair empresas portuguesa­s e espanholas hostilizad­as por sindicatos radicais.

Temos de reverter essa realidade, diante de uma crise de confiança internacio­nal em relação ao futuro de nosso país. A saída de capitais do mercado financeiro é um fato. Não há democracia que resista ao descontent­amento popular.

As classes médias já estão decepciona­das e indignadas com as manobras diárias em favor da impunidade de malfeitos evidentes, comprovado­s, julgados e avaliados em duas instâncias do Judiciário.

Umaelitede­intelectua­isepolític­os parece indiferent­e a este quadro.

“Agravou-se o sentimento de que o ambiente para negócios no Brasil não é dos mais favoráveis”

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