Diretoria acumula mais um fracasso com patrocinador
Tricolor anuncia rescisão com Valle Express e tentará receber o dinheiro na Justiça
Asaída da Unimed no fim de 2014 se mostrou mais problemática do que o esperado e os dirigentes tricolores acumulam fracassos na busca por um patrocinador master. Após quatro anos do fim da parceria vitoriosa, o Fluminense se viu obrigado a rescindir com a segunda empresa por falta de pagamento. Depois da Viton 44 em 2016, foi a vez da Valle Express não chegar até o fim do contrato. Em crise financeira, restou ao clube cobrar R$ 8,7 milhões na Justiça.
Anunciada com pompa no início do ano, a empresa do ramo de cartões contava com a parceria com o Fluminense para crescer no mercado. Tanto que, no contrato, as parcelas iniciais a serem pagas eram pequenas (de apenas R$ 100 mil mensais) — cresceriam a R$ 900 mil no fim do ano e passariam a R$ 1,2 milhão por mês em 2019, totalizando cerca de R$ 20 milhões. Só que, após março, a Valle Express parou de pagar.
Já são quatro meses de débito (R$ 1,4 milhão) e o Flu utilizou a cláusula no contrato que permite a rescisão após três meses sem receber. A decisão foi comunicada em uma nota oficial, enquanto a empresa se defendeu dizendo que houve suspensão do pagamento pelo não cumprimento de cláusulas por parte do clube — o Corinthians também rescindiu com a empresa por não receber parcelas.
E assim ,o Fluminense, em grave crise financeira, continua o seu drama em busca de um patrocinador master. Após a saída da Unimed, a diretoria tricolor, na gestão de Peter Siemsen, agiu rápido e anunciou a Viton 44 por dois anos, para receber R$ 12 milhões em 2015 e o dobro em 2016. Só que a empresa não pagou sete parcelas e o contrato foi rescindido em março de 2016. As partes entraram em acordo para o clube receber R$ 9 milhões.
Para piorar, o Fluminense ficou 2016 e 2017, já na gestão de Pedro Abad, sem um patrocinador master a longo prazo (apenas acordos pontuais). Os dirigentes pediram valor fora da realidade do mercado e aceitaram reduzir a pedida para 2018. A Caixa Econômica chegou a ficar perto, mas foi descartada com o argumento de que o acordo com a Valle Express seria muito mais vantajoso.
A lista de fracassos no marketing ainda tem o caso da DryWorld. Siemsen rescindiu com a Adidas por considerar os valores pagos pequenos e acertou por cinco anos com a empresa canadense, que atrasou pagamentos e não disponibilizou material nem para o clube e nem para venda. A parceria acabou em junho de 2017 e o Flu cobra 4,2 milhões de dólares (R$ 15,7 milhões) na Justiça.
Desde a saída da Unimed, apenas em 2015 o Fluminense terminou o ano com um patrocinador master a longo prazo
A velocidade é uma das minhas principais características. Procuro sair com um bom passe” PAULO RICARDO