NOTAS FALSAS OFERECIDAS NA REDE
São muitos os sites na rede que anunciam pacotes de cédulas de real e até de euros. Uma das pessoas que fez contato por WhatsApp e pagou pela ‘mercadoria’ acabou não recebendo.
Transformar R$ 500 em R$ 6 mil; R$ 750 em R$ 10 mil; R$ 1.500 em R$ 25 mil ou qualquer outro valor em quantias até 2.000% maiores. É o que dezenas de anúncios na internet têm prometido. Mas não se trata de nenhum investimento, sorteio ou premiação. Ao contrário, são criminosos que anunciam a venda de cédulas de dinheiro falsas.
Os diversos anúncios na internet têm vários elementos em comum. Em geral, garantem que as notas têm marca d’água e são capazes de passar nas máquinas testa-nota e no teste das canetas de luz negra. “Faço vídeo falando seu nome, com data e hora, mostrando o material”, oferecem alguns anunciantes, para atestar a veracidade. A maioria prefere negociar pelo WhatsApp, onde as mensagens são criptografadas.
Em conversa com a reportagem, acreditando estar negociando com possível comprador, um fornecedor explicou: “O pacote mínimo, de R$ 350, vai R$ 3.200 ‘fake’ (falso). Não temos pacote menor, pois o custo para fazer a nota é alto”. Procurado por possíveis clientes, ele envia dezenas de referências de outros supostos compradores, mostrando, em vídeos e fotos, malotes de dinheiro recebidos pelos Correios.
Em outros estados, a polícia já prendeu vários golpistas vendo as notas falsas pela internet.
VÍTIMA DO GOLPE
Embora os vendedores garantam que vão entregar, o anúncio pode ser falso, um golpe. Os compradores pagam o vendedor e as notas falsas nem sequer são entregues. “Não é verdade isso. Fiz o depósito, faz semanas, e nunca recebi. Nunca mais apareceu no WhatsApp, nunca mais me respondeu”, alertou uma vítima. Ao DIA, sob a condição de não ter a identidade revelada, ela comentou: “No de- sespero, a gente faz várias coisas. Achei que ia resolver a vida, mas me afundei ainda mais”.
O êxito do golpe se dá pelo fato de a maioria dos vendedores dizer preferir entregar o ‘produto’ pelos Correios ou por motoboys, e, não, em mãos. Além disso, a maioria usa perfis falsos no Facebook ou números de telefones anônimos no WhatsApp para fazer os anúncios.
PENALIDADES
A rede social, por sinal, serve apenas como uma plataforma para facilitar a prática de um crime antigo. A falsificação está prevista no artigo 289 do Código Penal, com penas que variam entre 3 e 12 anos de prisão. E quem coloca nota falsa em circulação, ciente da falsidade, pode ser condenado a penas entre 6 meses a 2 anos de detenção. O crime pode ser denunciado nas polícias Civil e Federal.
Recomendação do Banco Central alerta que quem perceber que recebeu nota falsa deve recusá-la na hora. Já aqueles que receberam, de boa fé e não perceberam, precisam procurar uma agência bancária, que encaminhará a cédula para análise. A quantia, porém, não será trocada ou substituída.