Mais um terreiro é depredado em Nova Iguaçu. Artigos religiosos foram roubados
No espaço em Nova Iguaçu, além da destruição, foram levados eletrodomésticos e artigos religiosos
Um terreiro de candomblé em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, foi depredado e roubado na quarta-feira. O proprietário, o pai de santo Jorge T’Oyá, estava em casa, em Nilópolis, quando foi avisado pelo telefone de que o espaço de cerca de 30 metros quadrados na Rua 23 de Agosto, em Cabuçu foi vandalizado.
“Estou lá há 1 ano e 8 meses, mas terminei de pagar o barracão há apenas quatro meses”, contou o pai de santo, que enumera os estragos. “Quebraram as portas, derrubaram os muros e levaram o freezer, fogão industrial, televisão, botijão de gás e paramentos dos santos”.
Segundo Jorge, o prejuízo foi de mais de R$ 20 mil. Ele conta que além dos furtos, mais de 300 imagens de santos que mantinha no local foram quebradas.
“Quando eu vi tudo destruído, eu queria morrer. É um trabalho de muitos anos. O local foi montado com a ajuda de meus filhos de santos que se juntaram para fazer um empréstimo. Agora estou com vontade de largar tudo”, desabafou o babalorixá, que passou mal, com pressão alta, quando viu a depredação de seu barracão. Ele foi atendido na UPA de Edson Passos, em Mesquita. “Até os tijolos de uma obra que eu estava fazendo roubaram”, completou Jorge.
O pai de santo, no entanto, não desconfia de quem pode ter feito o estrago. “Nunca recebi ameaça de ninguém. Sou uma pessoa idônea. Não faço mal a ninguém. Eu trabalho ajudando as pessoas. Me dou bem com todo mundo de lá”, acrescentou.
Em maio, outro terreiro de candomblé, também em Cabuçu, foi invadido e depredado. O babalorixá Sérgio Malafaia, do terreiro Pena Branca, disse, na época, que peças foram quebradas e paredes pichadas com a frase ‘Fora macumbeiro, aqui não é lugar de macumba’. O espaço também foi incendiado.
Em 2017, 800 casos de intolerância religiosa foram registrados no estado.