Rio e Niterói lideram em sustentabilidade
Pesquisa aponta avanço no descarte de resíduos nas cidades, que ainda tem deficiência na reciclagem
Amelhoria na destinação do lixo fez com que os municípios de Niterói e Rio de Janeiro alcançassem o segundo e terceiro lugares no Índice de Sustentabilidade da Limpeza Urbana (Islu) 2018, em relação a cidades com mais de 250 mil habitantes. O estudo é um termômetro da adesão dos municípios brasileiros às metas e diretrizes da Política Nacional de Resíduos Sólidos.
As duas cidades fluminenses, no entanto, ainda têm um grande desafio em relação à reciclagem do lixo. O Rio recicla apenas 0,93% dos resíduos e Niterói 0,96%. A média nacional é de 3,7%.
Presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Limpeza Urbana (Selurb), responsável pela pesquisa junto a consultoria PwC, Márcio Matheus explica que o Islu leva em conta quatro dimensões: o total de pessoas atendidas pelo serviço de coleta; o índice de reciclagem, ou seja, o reaproveitamento do material descartado; a destinação final do lixo ambientalmente adequada e a recuperação dos custos com os serviços de coleta. “As duas cidades acabaram com os lixões e estão despejando os resíduos em aterros sanitários. Além disso, seguindo uma tendência mundial, implantaram a taxa de resíduo sólido e alimentar”, disse Márcio.
Em relação à reciclagem, o presidente da Selurb acredita que o problema está na demanda, no interesse do mercado. “O produto da reciclagem precisa ser competitivo, a indústria deve se aprimorar, se desenvolver”, ponderou. Na média nacional, 53% dos municípios continuam destinando o lixo incorretamente - apesar do prazo para erradicação dos lixões ter expirado em 2014, como mostra o Islu.
A coleta domiciliar ainda não atende cerca de 24% dos lares brasileiros e 61,6% dos municípios não estabeleceram fonte de arrecadação específica para custear a atividade.
COLETA EM 113 BAIRROS DO RIO
A coleta seletiva pela Comlurb no Rio é feita desde 2013. Atualmente, mais de 1 milhão de domicílios em 113 bairros da cidade são atendidos, o que gera aproximadamente 1,7 mil toneladas de resíduos por mês.
Para que a coleta seja eficiente, os materiais recicláveis devem ser colocados limpos e secos, em sacos plásticos transparentes, pois assim o gari pode verificar o conteúdo, evitando a mistura do material reciclável com o lixo domiciliar. Os sacos pretos são destinados apenas para lixo orgânico.
A equipe da coleta seletiva recolhe papéis, metais, plásticos e vidros e não é necessária a separação do material por tipo. O recolhimento pela Comlurb porta a porta é feito uma vez por semana e o material recolhido é destinado para 22 cooperativas de catadores.
No site www.rio.rj.gov. br/comlurb/coletaseletiva, é possível verificar os roteiros, procedimentos e horários de coleta.
O produto da reciclagem precisa ser competitivo no mercado, a indústria deve se aprimorar, se desenvolver MÁRCIO MATHEUS, presidente da Selurb