O Dia

Darlan na mira da Justiça

Desembarga­dor responde processo disciplina­r por ‘vender’ prisão domiciliar a miliciano

- ADRIANA CRUZ adrianacru­z@odia.com.br

Adenúncia do Ministério Público (MP) de que o desembarga­dor Siro Darlan teria ‘vendido’ por R$ 50 mil o direito à prisão domiciliar ao soldado reformado da PM, ex-vereador de Duque de Caxias e miliciano Jonas Gomes da Silva, o Jonas É Nós, virou processo administra­tivo disciplina­r (PAD), por unanimidad­e, ontem na sessão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A decisão foi concedida em um plantão noturno em 28 de setembro de 2016. Jonas É Nós é apontado ainda como cliente de Renato Darlan, filho do magistrado. No ‘pacote’ entregue aos ministros há outras seis decisões sob suspeitas.

“Acho que o caso é de abertura de PAD para melhor apuração diante dos julgamento­s reiterados feitos pelo desembarga­dor”, afirmou o Corregedor-Nacional de Justiça, José Otávio de Noronha, durante o julgamento que determinou ainda o início de investigaç­ão contra mais quatro magistrado­s de outros estados.

De acordo com o CNJ, o pagamento para Jonas É Nós ir para casa foi revelado por um acordo de colaboraçã­o premiada. O Conselho informou ainda que entre 2007 e 2015, Siro Darlan respondeu a outras seis reclamaçõe­s disciplina­res que foram arquivadas pela Corregedor­ia.

DENÚNCIA PAROU NO TJ

A decisão que favoreceu Jona É Nós foi denunciada pelo desembarga­dor Joaquim Domingos de Almeida Neto à presidênci­a do Tribunal de Justiça, em 2016. À época, a 7ª Câmara Criminal, da qual Darlan e Neto fazem parte, cassou a prisão domiciliar do miliciano. Procurado ontem, o Tribunal de Justiça (TJ) informou que não se pronunciar­ia sobre o assunto. Já Siro Darlan, que não foi afastado do cargo, afirmou: “Nada a declarar”.

Na representa­ção do MP consta ainda a concessão de habeas corpus, em 31 de outubro de 2015, em favor de Ricardo Abbud de Azevedo. Ele foi preso acusado de fraudes na Câmara Municipal de Resende. Segundo o MP, a liberdade causou prejuízo à investigaç­ão porque ele teria sumido com provas.

Jonas É Nós carrega no currículo 31 anos de prisão por atuar na milícia batizada de Capa Preta, em Duque de Caxias, e responde ainda por mais cinco homicídios qualificad­os. O grupo foi alvo de duas operações Capa Preta I e II feitas pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizada­s e Inquéritos Especiais (Draco-IE). O rendimento da quadrilha, segundo as investigaç­ões, chegava a R$ 400 mil por mês. Eles são acusados ainda de ameaçar até delegados que participar­am dos inquéritos contra a quadrilha. O MP não se pronunciou sobre a decisão do CNJ.

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DIVULGAÇÃO Siro Darlan: benefício foi em 2016

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