O Dia

Lula dá o ‘pontapé inicial’

Procurador­a-geral rebate e pede ao TSE, comba sena Ficha Limpa, que não aceite candidatur­a

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Conforme o script, o PT registrou ontem a candidatur­a do ex-presidente Lula em meio a uma manifestaç­ão que reuniu 50 mil pessoas, segundo os organizado­res, e 10 mil, segundo a PM, em Brasília. A procurador­a-geral da República, Raquel Dodge, é que fugiu ao esperado. Poucas horas depois do registro, ela protocolou pedido de impugnação do candidato. Raquel não esperou sequer o edital de candidatur­as, a ser publicado no dia 18 e que abre o prazo legal de cinco dias no qual o Ministério Público ou um adversário pode entrar com processo de impugnação.

A procurador­a-geral encaminhou ao TSE uma certidão do TRF-4 que atesta o aumento da pena de Lula para 12 anos e um mês, o que comprova a condenação do ex-presidente em segunda instância. “O requerente não é, portanto, elegível, por falta de capacidade eleitoral passiva, impede que ele seja tratado juridicame­nte como candidato”, escreveu.

A iniciativa de Raquel foi uma resposta ao fato de o PT ter apresentad­o, no registro da candidatur­a Lula, certidões da Justiça de São Paulo, onde o ex-presidente não tem condenaçõe­s. A procurador­a quer que a certidão seja anexada ao processo de registro. Ela também afirma que Lula não pode ser considerad­o sub judice (no aguardo de decisão da Justiça), o que lhe possibilit­aria fazer campanha. O relator do caso no TSE é o ministro Luís Roberto Barroso.

A expectativ­a é que o caso seja levado a plenário na Corte, evitando-se uma decisão monocrátic­a (tomada por um único ministro). A presidente do TSE, Rosa Weber, ontem, deu prazo para uma decisão final a respeito de candidatur­as. “Isso haverá de estar encerrado até o limite máximo de 17 de setembro”, garantiu.

HADDAD

Dezessete de setembro é exatamente o limite para que um partido substitua um candidato. Ontem, as lideranças petistas se reuniram em Brasília. Na saída, o ex-governador da Bahia Jaques Wagner disse que ficou decidido “botar o bloco na rua”. Ninguém ganha eleição sem fazer campanha e, como Lula não pode fazer a campanha, Haddad faz como vice”, disse ele, que defende que o partido não demore no caso da já prevista interdição de Lula. “Se a Justiça interditar, o natural é o Haddad assumir”, defendeu.

Já Haddad disse que ontem foi “dado o pontapé inicial”. A campanha nas ruas, oficialmen­te, começa hoje. Mas a bola está, de fato, com o TSE.

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AFP PHOTO / EVARISTO SA Defensores de Lula na tarde de ontem: ex-presidente mandou carta

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