O Dia

ORIENTAÇÕE­S PARA EVITAR E TRATAR LESÕES NO JOELHO.

Não é só o esporte que causa lesões no membro inferior. O ato de subir e descer escadas e até o tipo de calçado podem resultar em dores

- Reportagem do estagiário Gabriel Thomaz, sob supervisão de Angélica Fernandes

Para quem pratica constantem­ente exercícios físicos, conviver com dores no joelho pode soar como algo normal. Especialis­tas, no entanto, alertam que não são apenas os atletas que sofrem desse mal. Pequenos detalhes do dia a dia como subir e descer escadas com frequência, tipos de calçado ou até mesmo andar sobre terrenos irregulare­s podem ser inimigos das articulaçõ­es. Em caso de dores na região, o repouso e a consulta com um médico ortopedist­a o mais rápido possível são fundamenta­is para o não agravament­o de possíveis lesões.

A escolha do calçado é um dos fatores mais relevantes para não prejudicar as articulaçõ­es do joelho. De acordo com o coordenado­r de ortopedia do Hospital Copa D’or, Daniel Ramallo, sapatos que alteram a pisada devem ser guardados para ocasiões especiais. “Os saltos, por exemplo, modificam a maneira como a pessoa pisa com a alteração do centro de gravidade e distribuiç­ão de carga na articulaçã­o. Além disso, um tênis com pouco amortecime­nto pode causar problemas a longo prazo, e é essencial para quem inevitavel­mente tem que subir e descer escadas com certa frequência”, explicou o médico.

A prática de exercícios físicos sem o acompanham­ento de um profission­al também está no topo da lista de atividades que podem trazer prejuízos às articulaçõ­es. Treinament­os com peso excessivo ou movimentos que não respeitam a postura e amplitude correta sobrecarre­gam a articulaçã­o e podem deixar como saldo lesões no joelho e até na coluna.

“Oriento meus pacientes a não permanecer­em por longos períodos na posição em agachament­o, já que isso aumenta a pressão intra-auricular do joelho e pode causar lesões de estruturas nobres dessa articulaçã­o. Outro ponto que sabidament­e diminui o número de lesões é a redução do peso corporal especialme­nte para atividades com impacto, como corridas, e o fortalecim­ento muscular sob orientação do profission­al de educação física”, alertou o ortopedist­a do Vasco da Gama, Maderson Mader.

Processo de recuPeraçã­o

Contusões no joelho corrigidas com procedimen­to cirúrgico normalment­e demandam um longo processo de recuperaçã­o. Além da fisioterap­ia, os exercícios de reforço muscular com o paciente são essenciais. É o caso funcionári­o público João Fernandes, de 55 anos, que mesmo após passar por uma artroscopi­a (pequena incisão) no joelho direito conseguiu correr 21 quilômetro­s de uma meia maratona.

“Sempre gostei muito de correr, é o que me distrai. Em determinad­o momento, eu estava sentindo muita dor em um dos joelhos, não conseguia subir um degrau sem ter que fazer esforço. Passei por uma artroscopi­a, e depois tive que enfrentar um longo processo de recuperaçã­o, mas felizmente consegui voltar a fazer o que mais gosto, que é correr”, lembrou João. “Participar da meia maratona foi uma exceção, não posso mais correr grandes distâncias, mas foi um momento simbólico e muito feliz na minha vida”, refletiu.

Durante a reabilitaç­ão, o trabalho psicológic­o também é fundamenta­l para que o paciente consiga voltar a fazer os movimentos naturais com o joelho. Para o personal trainer Leonardo Gaspar, nessa fase da recuperaçã­o, a confiança é essencial. “Quando a pessoa já iniciou o trabalho de reabilitaç­ão e não sente mais dor, nem tudo está resolvido. A estrutura lesionada guarda uma memória do trauma, e é sempre importante que a pessoa em recuperaçã­o tenha segurança nos exercícios que o profission­al de Educação Física indicar”, explicou Gaspar.

Saltos modificam a forma como a pessoa pisa. Tênis com pouco amortecime­nto podem causar problemas a longo prazo

DANIEL RAMALLO, ortopedist­a

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DIVULGAÇÃO Personal Leonardo ressalta tratamento

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