A DONA DA MADRUGADA
Monalisa Perrone garante que nem pensa em mudar de horário, diz que não quer ser vista como celebridade, apesar de elogios de fãs, e revela que usa as roupas do figurino da Globo
Monalisa Perrone conta como é trocar o dia pela noite para apresentar o ‘Hora Um’, na TV Globo, a partir das 4h da manhã
Ela está sempre sorridente na madrugada. Monalisa Perrone leva a sério a missão de informar, com leveza, quem liga a televisão bem cedinho. Discreta, a jornalista não tem redes sociais e muito menos a intenção de aparecer mais do que as notícias. Ainda assim, ela sabe o quanto é querida e celebra com um gostinho especial cada conquista da carreira. Em conversa com O DIA, a apresentadora do ‘Hora Um’ conta um pouco de sua rotina e garante estar feliz por acreditar que faz história.
“Nem nos meus momentos mais otimistas eu poderia imaginar que esse projeto daria tão certo”, diz ela, que ganhou mais uma hora no ar recentemente. Para dar conta de tudo, a jornalista conta que dorme por volta das 16h e acorda às 23h30, todos os dias. O esforço, no entanto, vale a pena quando se faz o que gosta.
“Eu sei que, além de fazer história por estar em um telejornal que antes não existia, o ‘Hora Um’ se destaca por trazer uma linguagem diferente. Mesmo sendo um noticiário que aborda temas pesados, eu posso ficar um pouco mais solta para receber esse público que acorda cedo”, garante. Nas duas décadas que atuou como repórter, Monalisa, de 48 anos, nunca foi “engessada” e acha que no comando deste formato se encontrou e viu a chance de mostrar quem ela é.
“Eu sempre quis passar autenticidade. A Globo tem um padrão de qualidade que tem de ser seguido porque também é o modo como o brasileiro está acostumado a receber as notícias, mas eu acho importante fazer uma aproximação com o público. Eu sempre falo que sou igualzinha a quem está me assistindo e acho que quando a gente mantém nossas características, tudo fica mais verdadeiro”, avalia.
Para mostrar que realmente é de carne e osso, a jornalista conta que não priva suas emoções durante o ‘ao vivo’ e afirma que nas horas mais difíceis, como em dias em que precisa noticiar tragédias, a experiência faz toda a diferença. “Eu acredito que um ex-repórter fica pleno quando precisa improvisar. Nessas horas, eu esqueço que sou apresentadora. Foi assim na queda do avião da Chapecoense, no dia do atentado terrorista e no evento mais recente, que foi a queda do prédio no Paissandu, em São Paulo. Aquele dia era um plantão, e eu comecei a transmissão às 3h10, sem esconder que achava triste ser a portavoz da desgraça”, diz ela.
VAIDOSA, SIM!
O jeito leve, autêntico e bem -humorado de Monalisa parece ter dado certo à frente do matutino. O público cada vez mais elogia a apresentadora, que não tem vontade de ser vista como celebridade. Nas ruas, ela conta que sempre aparece alguém fazendo comentários sobre o seu desempenho no ‘Hora Um’, pedindo fotos e até querendo dicas de moda, já que seus looks sempre chamam atenção.
“Eu não gosto de roupas muito sérias, gosto de looks mais modernos. Ninguém nunca vai me ver apresentando o jornal de terninho, por exemplo, porque terninhos não combinam comigo”, diz ela, aos risos, revelando que as roupas usadas no ar são todas da emissora. “Existe um departamento de figurinistas lá na Globo. As meninas me conhecem bem e sabem que eu só visto o que combina comigo”, confessa.
Além de pensar no que vestir, Monalisa é vaidosa e valoriza uma boa maquiagem. A apresentadora conta que não costuma usar algo tão elaborado no dia a dia, mas um rímel e um pouquinho de blush sempre caem bem no rosto de uma mulher. “É claro que o principal está dentro da cabeça e essas coisas não são determinantes, mas são incrementos legais. Muitas senhoras dizem que me ver arrumada, de manhã, é um incentivo para elas
se arrumarem para irem ao trabalho, e eu fico muito feliz quando escuto isso”, destaca.
MELHOR ASSIM
Para a apresentadora, trocar o dia pela noite virou rotina desde 2014. Ao contrário do que muitos imaginam, inclusive, ela não faz planos para mudar de horário e acredita que seguir um cronograma regrado até trouxe benefícios para sua vida pessoal. Hoje, Monalisa diz que tem mais tempo para ficar com o filho Paulo, de 13 anos, e afirma que o novo horário não deixou de ser um ganho. “Agora, por exemplo, estou com o meu filho fazendo hambúrguer vegetariano”, diz ela, que anos atrás dificilmente conseguiria dividir um momento como esse com o herdeiro. “Quando eu era repórter, a gente se via bem menos porque eu trabalhava muitas horas”, completa.
Namorada do comentarista de automobilismo da Globo, Luciano Burti, a jornalista também garante que consegue passear, fazer compras e ter uma vida normal, desde que não a convidem para jantares. “Eu falo para todo mundo que é só me convidar para um brunch, no almoço, que está tudo certo (risos)”, afirma. Segundo Monalisa, seus compromissos são todos marcados no período da manhã ou no início da tarde, e ela é sempre pontual na hora de voltar para casa.
“Sou muito disciplinada e sei que essa rotina não tem como ser mudada para eu trabalhar direito. Tenho sempre que deitar em um começo de noite e fim de tarde. A alimentação e a atividade física também ajudam. Pouca gente sabe, mas daqui a pouco completam quatro anos que estou fazendo esse horário e nesse período todo eu nunca fiquei doente. Acho que tudo isso tem a ver com a disciplina. Costumo falar que sou um soldado porque missão dada, para mim, é missão cumprida”, avalia.
O que motiva a apresentadora a nunca dar uma esticada em um compromisso ou deixar de deitar no horário certo é saber que em poucas horas estará em rede nacional, comandando um formato que marca, na madrugada, a audiência que outros canais só conseguem alcançar no horário nobre.
“Tem muita gente que consome jornalismo cedo. E quando eu falo cedo, é bem cedo mesmo (risos). Por isso, acho que a minha obrigação é estar no ar sem olheiras, atenta, feliz e cuidando de algo que tem que ser feito direito. Acho que esse, na verdade, é um jeito de mostrar o meu cuidado e carinho por quem liga a TV”, diz ela.