Equilíbrio e cura pela arte das mandalas
Fotógrafa conta como as milenares representações geométricas conseguiram livrá-la da depressão
Para se livrar de uma grave depressão, em decorrência da perda precoce de um irmão em um acidente de carro, em 2014, a fotógrafa carioca Fernanda Dias, de 30 anos, buscou na mandala — símbolo de cura e espiritualidade — o equilíbrio perfeito para voltar a ter prazer na vida. Deu tão certo que ela quis dividir a experiência pessoal e decidiu aprender a confeccionar tais representações geométricas, que hoje vende em uma Kombi na cidade do Rio e em municípios do interior do estado.
“Eu parei de fotografar por um ano até descobrir essa incrível fonte restauradora de energia e alegria”, declara Fernanda, lembrando que conheceu a arte das mandalas em uma viagem que fez, há um ano, ao Quilombo São José da Serra, em Valença, no Sul Fluminense, onde ela própria desenvolve o projeto ‘Raízes do Vale’, documentando manifestações da cultura popular.
“Lá eu conheci Petter, um chileno de 19 anos. Em uma de nossas conversas, ele disse que percebia uma triste- Mandalas confeccionadas pela fotógrafa variam de 10 cm a um metro za em meu olhar e me deu a dica para começar a tecer mandalas, que minha vida iria mudar. Foi dito e feito. Comecei a enxergar o mundo de outro modo, com mais paz e positividade. Me curei com a energia dos círculos da mandala, que simbolizam totalidade, integração e harmonia”, destaca Fernanda, atribuindo a volta do prazer em fotografar às mandalas.
De acordo com a fotógrafa, no processo de criação, ela entra em estado meditativo profundo, intuitivo e de autoconhecimento. “Com a aprovação do meu trabalho pelos amigos e parentes, reformei uma Kombi do meu pai e a transformei numa ‘ loja-casa’, passando a viajar pelo estado, sobretudo atrás dos festivais de música, decorando palcos e vendendo minha produção”, lembra Fernanda, que também já emprestou sua arte para enfeitar duas casas reformadas pelo ‘Lar Doce Lar’, do programa ‘Caldeirão do Huck’, da Rede Globo.
Hoje, além da loja itinerante, a Art Mandalas atende pela internet, na página do Instagram @art_mandalas, e em cinco pontos fixos espalhados pela cidade do Rio de Janeiro: Lapa, Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes, Barra de Guaratiba, Campo Grande e um em Vassouras, no Sul Fluminense. Os tamanhos das peças variam de 10 centímetros (chaveiros e adornos para o retrovisor de carros) a um metro.
As mandalas são encontradas nas religiões judaica, budista e hinduísta, e na cultura do índios norte-americanos (Sioux).
As peças foram utilizadas na decoração de casas do Caldeirão do Huck
Me curei com a energia dos círculos da mandala, que simbolizam totalidade, integração e harmonia
FERNANDA DIAS, fotógrafa
Com a aprovação do meu trabalho pelos amigos e parentes, passei a viajar pelo Estado do Rio para vender a minha produção
FERNANDA DIAS, fotógrafa