O Dia

Parentes e amigos pedem liberação de jovem preso

Familiares alegam inocência de rapaz acusado de participar de sequestro de PMs

- RAFAEL NASCIMENTO email@odia.com.br

Cerca de 50 pessoas participar­am ontem de protesto em frente ao Tribunal de Justiça do Rio, no Centro, para pedir a libertação de William Preciliano Bezerra da Silva, 20, preso há dez dias sob acusação de participar de sequestro e tortura de PMs no Morro dos Prazeres, em Santa Tereza. O fato teria ocorrido, em novembro de 2017. William foi detido ao tirar a carteira de habilitaçã­o no Detran do Largo do Machado, no dia 9.

Moradores pelo menos oito comunidade­s se uniram e fizeram abaixo assinado dizendo que conhecem William e sua índole. Até agora mais de mil pessoas assinaram a petição, segundo a parentes, para que a Justiça o liberte.

A família alega que o rapaz é inocente e advogados dizem que uma foto dele tirada durante gravação de um filme na comunidade, em que aparece com réplica de fuzil, foi usada quatro meses depois para reconhecê-lo como um dos envolvidos no ataque aos PMs.

No inquérito em que William e mais 12 pessoas foram denunciada­s, a juíza destacou que o réu foi reconhecid­o por nove policiais, por meio da fotografia em que está com um fuzil, como sendo um dos responsáve­is por torturar e ameaçar os militares para que saíssem de locais estratégic­os, permitindo que o tráfico retomasse a venda de entorpecen­tes na região. A família argumenta que no momento em que os PMs foram feitos reféns, William estaria amparando a mãe que passava mal em casa.

José Preciliano da Silva, 56, pai do jovem, disse que ele foi tirar a habilitaçã­o. “Quando recebi a informação que tinha sido preso, perguntei o motivo. O policial disse que ele estava devendo”, afirmou.

“A decisão da juíza foi publicada ontem (sexta-feira) no fim do expediente, o que prejudicou o trabalho. Na segunda vamos pedir habeas corpus”, disse um dos advogados de defesa Vinícius Saldanha.

Segundo a irmã de criação, Gerlene Silva, 37, o rapaz sempre participou de projetos sociais, e foi assim que conheceu os diretores do filme e fez figuração em “Pacified”. Muito abalada, Maria Gorete Bezerra Silva, mãe de William, passou mal assim que soube da prisão.

“Tentei visitá-lo, mas não deixaram. Eu sempre ensinei que não deveria entrar em confusão para ter o direito e ir e vir garantido. Eu nunca pensei que iria passar por isso”, disse a dona de casa.

Os produtores de “Pacified”, o diretor norte-americano Paxton Winters e a empresa Reagent Media enviaram declaração sobre a participaç­ão do rapaz no filme. No documento, que foi anexado ao processo que tramita na 5ª Vara Criminal, os produtores Paula Duarte Linhares e Marcos Jardim Tellechea disseram que William não tem envolvimen­to com o crime e se dizem indignados com a prisão.

Com a estagiária Natasha Viana, sob supervisão de Adriano Araújo.

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MAÍRA COELHO A família de Willian fez um protesto na frente ao Fórum, no Centro do Rio, para denunciar a prisão do jovem

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