O Dia

Assassino de Karina Garofalo se entrega à polícia em Volta Redonda.

Marco Antônio Cabral, Leonardo Picciani e Danielle Cunha, filhos de presos da Lava Jato, tentam vaga na Câmara para manter clã no poder

- Cássio BruNo cassio.gomes@odia.com.br

Embora os chefões do MDB do Rio estejam presos por corrupção, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e outros crimes, os herdeiros de Sérgio Cabral, de Jorge Picciani e de Eduardo Cunha tentam manter o clã no poder. Candidatos a deputados federais, Marco Antônio Cabral, Leonardo Picciani e Danielle Cunha percorrem o estado em busca de votos. A trinca é a aposta do partido, atropelado pela Operação Lava Jato.

Marco Antônio, Leonardo e Danielle fazem parte da coligação O Rio quer Paz. A aliança para manter espólio eleitoral tem o apoio do DEM, comandado pelo deputado federal Rodrigo Maia (outro alvo da LavaJato); do PP, liderado pelo vice-governador Francisco Dornelles, e do PTB, feudo do exdeputado Roberto Jefferson (condenado e preso no escândalo do mensalão).

Como estratégia, os filhos do ex-governador (Cabral) e dos ex-presidente­s da Assembleia Legislativ­a do Rio (Picciani) e da Câmara dos Deputados (Cunha) se apresentam nas ruas como uma novidade por serem jovens. Porém, a engrenagem das campanhas é a mesma dos pais. Marco Antônio e Leonardo tentam a reeleição. Danielle concorrerá a pedido de Eduardo Cunha.

Os três querem eleger o aliado Eduardo Paes (DEM) para governador. Das 20 candidatur­as registrada­s no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a expectativ­a do MDB do Rio é emplacar de cinco a seis deputados federais. Em 2014, a legenda conquistou nove cadeiras na Câmara, uma de Cunha, que perdeu o mandato. O MDB tem R$ 234 milhões de um total de R$ 1,7 bilhão disponível pelo fundo partidário para campanhas no país.

Por já serem deputados, Marco Antônio Cabral e Leonardo Picciani terão direito aos maiores tempos nas propaganda­s eleitorais na TV e no rádio em relação a outros candidatos do MDB. Além disso, cada um receberá cerca de R$ 1,5 milhão da direção nacional para gastar na campanha.

Aos 27 anos, Marco Antônio tem recebido orientaçõe­s de Sérgio Cabral, mesmo preso em Bangu 8. O filho do ex-governador percorre o interior do estado com parte da estrutura que ajudou a eleger o pai. Ontem, por exemplo, estava em Itaperuna, na Região Norte. O objetivo é passar por pelo menos 70 municípios até 7 de outubro.

CrítiCas ao JudiCiário

Marco Antônio registrou bens no TSE de R$ 226.803,89 e nenhum imóvel. Em 2014, declarou para o tribunal ter R$ 363.319,18 e a participaç­ão de um terço de dois apartament­os. No gabinete em Brasília, tem 24 funcionári­os, sendo 20 nomeados no ano da eleição. Nas ruas, tem o desafio de explicar a ficha corrida de Cabral: denunciado 25 vezes, com seis condenaçõe­s, somando 123 anos de prisão.

“Sou filho do ex-governador. Não sou o ex-governador. Tenho orgulho das muitas coisas que ele (Sérgio Cabral) fez para o Estado do Rio. Aprendi com os erros (de Cabral) para não repeti-los. Tenho a minha história, o meu CPF, a minha biografia. Eu te pergunto: você acha justo o seu filho pagar pelo seu erro?”, questionou Marco Antônio.

Apesar de tentar adotar um discurso que o descole da imagem do pai, o deputado criticou as decisões do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal do Rio, responsáve­l pelos processos da Lava Jato no estado.

“Esses anos de condenação serão revistos nas instâncias superiores. O juiz Bretas é conhecido no meio jurídico por decisões exageradas, ilegais, que misturam religião com o Código Penal. Foi criado um tribunal de inquisição no Rio”.

Procurada pelo DIA ontem à noite, a assessoria de imprensa de Marcelo Bretas não retornou os contatos.

Sou filho do ex-governador. Não sou o ex-governador. Aprendi com os erros para não repeti-los. Tenho a minha história, o meu CPF, a minha biografia. Eu te pergunto: você acha justo o seu filho pagar pelo seu erro? MARCO ANTÔNIO CABRAL, deputado

Ela é mais preparada do que eu. Meus adversário­s podem aguardar que ela dará mais trabalho e defenderá tudo o que eu defendi, do interesse da Nação e do povo evangélico EDUARDO CUNHA

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DIVULGAÇãO Marco Antônio Cabral tenta se desvincula­r do pai, mas segue suas dicas
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MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL Leonardo Picciani deixou Ministério dos Esportes etenta quarto mandato
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DIVULGAÇãO Danielle Cunha usa estratégia semelhante a de Eduardo Cunha

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