O Dia

As informaçõe­s de Amin Khader garantem o segundo lugar de audiência à Record

Em visita à redação do DIA, Amin Khader fala sobre o que é saber de uma fofoca e não contar. “Se eu pudesse dizer tudo o que sei...”, brinca

- RICARDO SCHOTT ricardo.schott@odia.com.br

Amin Khader fala sobre seu quadro ‘A Hora do Venenoso’, no ‘Balanço Geral’, e diz que seu segredo é falar o que o povo quer ouvir. “Quem não gosta de mim engole. Falem mal, mas falem do Amin”, brinca.

Vai tudo bem com Amin Khader. Em abril, o apresentad­or do quadro ‘A Hora do Venenoso’, no programa ‘Balanço Geral’, da Record, teve um acidente de carro. O teto de seu automóvel afundou com a colisão, e ele deu 17 pontos na cabeça, além de machucar o dedo médio da mão esquerda. Agora, corta para a visita do apresentad­or à redação de O DIA, durante a qual ele cumpriment­ou todo mundo, mostrou como corre na praia (de óculos escuros e “olhando para tudo”, como afirma), trocou ideias com os repórteres e não parou quieto. Vai tudo realmente bem com ele após o susto. “Só não me pede para dançar, eu sou um esqueleto horrível dançando”, brinca.

A hora de correr na praia é um momento importante para Amin, 59 anos, que cumpriment­a todo mundo na orla da Barra, onde mora e se exercita. “As pessoas gritam ‘solta a cobra!’ (frase de Amin no programa). O operário, o cara que vende coco, milho, sempre me cumpriment­am. As classes A e B fingem que não me veem, mas sempre vão ao programa ver as fofocas”, conta o apresentad­or, que está no ar de segunda a sábado, sempre por volta de 14h15. E chegou a uma média de 9,4 pontos na semana passada, contra 7,1 do SBT. “As pessoas gostam do Amin, e quem não gosta engole. Fale mal mas fale do Amin”, brinca.

Amin chegou à redação de O DIA, vindo direto da Record. Veio de blazer e gravata, mesma roupa do estúdio. “Eu sempre apresento o programa assim. Meu diferencia­l, nesse horário concorrido, é que eu entrego alegria, humor. Digo o que o povo quer ouvir. Tem senhorinha­s que estão dormindo e acordam quando ouvem minha voz. Eu sou um convidado quando entro na sua casa. E eu vou arrumado, de terno, óculos amarelo deste tamanho (mostra com as mãos). Antigament­e, só tinha a Globo, mas hoje quem manda é o controle remoto, você pode mudar de canal”, analisa.

UNIVERSIDA­DE DA GAL

Na juventude, Amin não pensava em ser apresentad­or ou entrevista­dor. “Tive uma grande universida­de, que foi a Gal Costa”, conta ele, que foi secretário da cantora baiana por 29 anos. Antes, era fã a ponto de ir em peregrinaç­ão com amigos à sua casa, no Vidigal.

“O nome do meu cachorro era o endereço completo da Gal. Como terminava com ‘Vidigal’, eu falava ‘Gal’ e ele atendia”, brinca ele, que pegava três ônibus, do Lins de Vasconcelo­s, para ir lá. “Na época de ‘Que Pena’ (um dos primeiros hits de Gal, de 1969) ninguém a conhecia. Arrumei amigos de escola que adoravam a Gal e íamos na casa dela. Chegava lá e falavam que ela

não estava. Eu falava: ‘É mentira, eu vi que o carro dela está na garagem, li que ela está no Rio, e ela acorda tarde!’. Ficávamos na janela dela cantando, ‘ela já não gosta mais de mim/mas eu gosto dela mesmo assim’ (verso de ‘Que Pena’) e ela acordava, p... da vida!”, brinca. “A gente trocava as bitucas de cigarro que a Gal jogava fora por lanche no colégio”. Amin foi trabalhar com Guilherme Araújo, empresário dos cantores baianos, e acabou na equipe de Caetano Veloso, depois na de Gal. “Ela demorou para me aceitar, tive que ir domando”, lembra. A eficiência para cuidar do dia a dia da cantora — com quem chegou a ter conta conjunta — o levou a ser camareiro do primeiro Rock In Rio, em 1985. Enfrentou Freddie Mercury, do Queen, devastando o camarim. Impression­ou-se com a formalidad­e de Ozzy Osbourne, que pediu cinco lixeiras e não usou nenhuma (“achava que ele fosse um Drácula!”). Irritou-se com um pedido de Rod Stewart, para que trocassem uma das bolas gigantes que ele chutaria para a plateia. “Falei: ‘Ah, p..., pega uma das bolas do saco dele, então!’. O empresário dele estava do lado e disse: ‘Eu entender português!’ ”, brinca. E presenciou mudanças históricas no rider técnico dos artistas nativos.

“Lulu Santos reclamou que tinha um monte de comida para as atrações internacio­nais e para os brasileiro­s, só uns salgados. Respondi: ‘Lógico, Lulu, você não pediu! Preferiu pedir 172 convites!’. Hoje é que tem artista pedindo de tudo, até whisky Johnny Walker. A maioria nem bebe no camarim, leva pra casa”, conta. Depois, acabou fazendo o mesmo serviço para Paul McCartney em 1990 no Brasil. Incrivelme­nte, viu com o ex-beatle um tratamento bem diferente do das musas passionais da MPB. “Paul chegou na coletiva (levanta os braços) gritando: ‘Uhuuu’, e chamava pessoalmen­te os jornalista­s para fazer perguntas, para não discrimina­r ninguém”, conta.

METROPOLIT­AN E XUXA

Em 1994, Ricardo Amaral inaugurou o Metropolit­an (hoje KM de Vantagens Hall) e estava em busca de um relações-públicas. Chamou Amin. “Ele poderia ter chamado quem ele quisesse, mas eu conhecia todo mundo, por causa da Gal. Quando eu ligava para algum artista, não tinha ‘Amin de onde?’, ‘ah, liga para o meu escritório’. Os famosos sabiam quem eu era”, relata.

Amin convidava os famosos e depois os chamava para tirar foto no camarim com o artista da noite. Pedia aos seguranças que avisassem se o convidado se retirasse antes da hora. “Eu ia correndo lá e: ‘Ué, e minha foto?’. A pessoa respondia: ‘Ah, estou indo ao banheiro?’. E eu: ‘De bolsa??”, brinca. Um encontro com Marlene Mattos acabou levando-o a fazer, com o amigo David Brazil, o quadro ‘Redação do Planeta’, no antigo ‘Planeta Xuxa’, em 2000. Foi o pontapé inicial na carreira que deu na ‘Hora do Venenoso’. Por sinal, Amin voltou às boas com David, com quem tinha brigado após uma notícia falsa sobre sua morte, em 2011. Ficaram sete anos sem se falar.

“Foi um mal-entendido, a gente sempre se gostou. Nunca nem deixamos de ser sócios”, conta, lembrando de um dos momentos em que ficou do outro lado do balcão das fofocas, como aconteceu também ao ser barrado na festa da funkeira Ludmilla, que o acusou de criar intriga entre ela e Anitta (“a gente não se fala até hoje, mas fui lá a trabalho, não para comer bolo”, conta Amin). Ou quando a própria Anitta, no meio de uma entrevista, chamou sua atenção para Pabllo Vittar — o que gerou a fofoca de que ele havia ignorado esta. “A questão maior ali foi o tempo”, chegou a postar na época. A fama, diz Amin, tem preço.

“Eu era convidado para todas as festas e hoje não sou mais. As pessoas sabem que, se eu vir algo errado, vou falar. É meu trabalho, ora! Mas seguro muita coisa, deixo de falar muita coisa. Se eu pudesse falar tudo o que sei...”, diz, perguntand­o para o repórter. “Você tem amigos? Te garanto que não tem. Se quiser descobrir qualquer coisa sobre você, eles é que vão me contar. Mas eu só conto, não denigro o artista”, conta.

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Amim Khader no DIA (acima, à esq. e à dir.) e na Record (nas demais fotos). À direita, Amin ao lado de Tino Jr, apresentad­or do ‘Balanço Geral’
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