O Dia

Nazista, enfim, deportado

Acusado de 6 mil mortes, Jakiw Palij viveu por décadas nos EUA ocultando o passado

- > Nova York, Estados Unidos

Um imbróglio diplomátic­o de 25 anos. Esse foi o tempo que levou para consumar a deportação do exguarda da Tropa de Elite da Alemanha Nazista (SS), Jakiw Palij, hoje com 95 anos e acusado de participar, de forma direta ou indireta, da morte de 6 mil pessoas durante a Segunda Guerra Mundial. Na manhã de ontem, o carrasco deixou Nova York, onde vivia há 59 anos.

A Alemanha aceitou receber o nazista, expulso pelo Departamen­to de Justiça dos Estados Unidos. À tarde, o idoso aterrissou no aeroporto de Düsseldorf. Em seguida, as autoridade­s alemãs o levaram para um centro de cuidados geriátrico­s. Segundo a imprensa local, tudo indica que Palij não será julgado por conta de sua idade avançada.

De nacionalid­ade polonesa, o ex-guarda serviu no campo de concentraç­ão de Trawniki, instalado durante a ocupação nazista da Polônia, em 1941. Estima-se que até novembro de 1943, os comandados de Hitler mataram 12 mil judeus no local.

Em 1949, ele migrou para os EUA como refugiado de guerra, alegando ter trabalhado como camponês durante a guerra. Oito anos depois, ele adquiriu a cidadania norte-americana.

Somente em 2003, um juiz federal cassou a documentaç­ão do polonês porque as mentiras sobre seu paradeiro haviam sido descoberta­s. Desde então o Departamen­to de Justiça dos EUA aguardava um acordo entre a Polônia, país de origem, e a Ucrânia, detentora atual do território onde Palij nasceu, e a Alemanha, país responsáve­l pelo regime nazista.

 ?? REPRODUÇãO/ABC NEWS ?? Polonês é levado de ambulância, em Nova York, em direção à deportação
REPRODUÇãO/ABC NEWS Polonês é levado de ambulância, em Nova York, em direção à deportação

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil