O Dia

Morre terceiro militar baleado no Alemão

Soldado do Exército Marcus Vinícius Ribeiro, 21 anos, morreu ontem no Hospital Salgado Filho. Ele foi alvejado, segunda-feira, em ação na comunidade. No mesmo dia, outros dois foram assassinad­os. Ontem, foi desenterra­da meia tonelada de maconha no complex

- WILSON AQUINO email@odia.com.br

Na Semana do Soldado, o Exército Brasileiro perdeu mais um jovem militar durante combate no Rio de Janeiro. Morreu, ontem, o soldado Marcus Vinicius Viana Ribeiro, 21 anos, que havia sido baleado na megaoperaç­ão das Forças de Segurança no Complexo do Alemão, segunda-feira passada.

Já são três os militares mortos desde que as tropas entraram no Alemão. Até então, os soldados se limitavam a ocupar o entorno dos morros e favelas. Além de Marcus Vinicius, morreram alvejados o cabo Fabiano de Oliveira Santos, 36 anos, e o soldado João Viktor da Silva, 21. A Semana do Soldado começa em 21 de agosto e vai até o dia 25.

As circunstân­cias em que o jovem militar foi ferido a tiros não foram esclarecid­as na segunda-feira. O Comando Militar do Leste (CML) chegou a anunciar que Ribeiro não corria risco de morrer. Ontem, o CML divulgou nota informando apenas que Ribeiro “veio a falecer em decorrênci­a de evolução indesejáve­l de seu quadro clínico”. Fontes do Hospital Salgado Filho, onde o militar foi socorrido, contaram que ele já chegou em estado gravíssimo, com um tiro na perna, que atingiu a artéria femoral e outro que entrou pelas costas, na altura do abdômen, e atravessou o corpo do jovem.

APREENSÃO DE DROGAS

As tropas militares continuam nos Complexos da Penha, Maré e do Alemão por tempo indetermin­ado. Ontem à tarde, agentes da Coordenado­ria de Recursos Especiais (Core), a unidade de elite da Polícia Civil, com apoio de soldados do Exército, encontrara­m cerca de meia tonelada de maconha em tabletes enterrada em um morro da Favela da Grota, no Complexo da Penha.

A ação do comando conjunto da Intervençã­o Federal acontece simultanea­mente nos três complexos, com participaç­ão de 4,2 mil militares das Forças Armadas e auxílio de policiais civis e militares. Blindados e aeronaves participam da operação.

Segundo o último balanço divulgado pelo comando conjunto da intervençã­o da Segurança Pública no Rio, até as 17h de terça-feira, a operação teve 70 presos, oito mortos (três militares e cinco suspeitos) e 16 armas apreendida­s, entre elas cinco fuzis. Também foram encontrado­s 1.045 munições e sete carregador­es, 554 kg de tabletes de maconha, além do total apreendido ontem, uma moto e um colete balístico.

DEFENSORIA

Ontem, membros das Defensoria­s Públicas do Estado e da União, e integrante­s das Comissões de Direitos Humanos da Assembleia Legislativ­a do Estado (Alerj), da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e integrante­s da Justiça Global estiveram nos Complexos da Penha e Alemão apurando denúncias de moradores sobre a existência de cadáveres na mata da Serra da Misericór- dia e sobre violações e abuso de autoridade por parte dos militares.

Imagens de casas reviradas foram exibidas em redes sociais, mas os defensores de Direitos Humanos não acharam os corpos. Moradores reclamaram que os militares não permitem o ingresso deles na área da mata. A Defensoria vai acompanhar os processos dos presos na operação.

Já são três os militares mortos desde que as tropas passaram a entrar nas comunidade­s

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WHATSAPP O DIA No Morro da Grota, no Complexo da Penha, a Core e o Exército descobrira­m um esconderij­o com 500 kg de droga prensada na mata
 ?? ESTEFAN RADOVICZ / AGÊNCIA O DIA ?? Defensor Thales Arcoverde (sem farda) conversou com militares
ESTEFAN RADOVICZ / AGÊNCIA O DIA Defensor Thales Arcoverde (sem farda) conversou com militares

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