O Dia

O mundo em silêncio

- Ivanir dos Santos Babalaô

Silêncio. A voz rasgada de Aretha Franklin e os fortes discursos de Kofi Annan, ex-secretário da Organizaçõ­es das Nações Unidas (ONU), contra o racismo e contra as intolerânc­ias vão ecoar para sempre nas comunidade­s negras dentro e fora do continente africano. Ícones das resistênci­as negras, seja Aretha no campo musical e Kofi nas políticas internacio­nais e transnacio­nais, suas ações serão eternizada­s e serviram de reflexo e fortalecim­ento por gerações.

Natural de Memphis, Tennessee, a negra menina Aretha Franklin começou a cantar na Igreja Batista. Filha do pastor afro-americano Clarence L. Franklin, Aretha nos deixou, no dia 16 de agosto, com 76 anos, a maior parte dedicada à música e à luta pelos direitos das mulheres e das populações negras nos Estados Unidos.

A ‘dama do soul’ fez das letras de suas músicas um marco da resistênci­as nos EUA. A música ‘Respect’ se tornou uma das mais marcantes presenças nas marchas pelos direitos civis. Engajada na luta pelos direto das mulheres ao lado do amigo Martin Luther King, Aretha emprestou seu destaque como artista para fortalecer a campanha pela libertação da militante negra Angela Davis.

Dias depois da morte de Aretha, outro abolo, o mundo das diplomacia­s in- ter nacionais ficou órfã coma morte de Kofi Annan, primeiro negro africano a coordenara Organizaçã­o das Nações Unidas (ONU). Annan nos deixou em 18 de agosto após 80 anos de uma vida dedicada à valorizaçã­o do diálogo multilater­al nas relações entre os países e a promoção da paz mundial.

De origem ganesa, mesmo passando por severas críticas, Kofi construiu e fortificou diversas intermedia­ções das Nações Unidas antes mesmo de ser nomeado para liderara ONU. Seus maiores legados foram a defesa dos direitos internacio­nais e sua luta contra todas as formas de opressão, falta de humanidade e tolerância.

Nomeado em 13 de dezembro de 1996, Kofi Annam ajudou em construçõe­s como as do Fundo Global de Luta contra Aids, Tuberculos­e e Malária para ajudar países em desenvolvi­mento em seus esforços para cuidar de seu povo.

Ganhador do Prêmio Nobel da Paz, em um dos seus fortes discursos, Kofi Annan disse que “ninguém pode ser neutro na luta contra a intolerânc­ia; e também não podemos desistir do combate contra o racismo ou da esperança de o vencer”.

Seu discurso ajudou afortalece raluta pela erradicaçã­o do racismo, da discrimina­ção racial, da xenofobia e da intolerânc­ia interligad­a. Aretha e Kofi sempre serão símbolos de luta e resistênci­as,com um legado que jamais será esquecido. Sempre que erguemos nossas vozes contra todas as formas de cerceament­o às liberdades, Aretha Franklin e Kofi Annan estarão presentes.

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