O Dia

Lava Jato faz o ex-secretário Sérgio Côrtes ir para a cadeia mais uma vez

Investigaç­ões apontam desvio de R$ 74 milhões na contrataçã­o de Organizaçã­o Social

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O ex-secretário de Saúde do governo Sérgio Cabral, o médico Sérgio Côrtes, voltou a ser preso ontem pela Polícia Federal. A Operação S.O.S., do Ministério Público Federal (MPF), em conjunto com a Receita Federal e a PF, foi mais um desdobrame­nto da Lava Jato no Rio e investiga fraudes na contrataçã­o de Organizaçõ­es Sociais (OSs) para a prestação de serviços. Além dele, os empresário­s Miguel Iskin e Gustavo Estellita também foram novamente presos. Os contratos fraudados permitiram desvio de cerca de R$ 74 milhões.

Segundo as investigaç­ões, houve fraude na contrataçã­o da Organizaçã­o Social PróSaúde. A OS administro­u vários hospitais do estado a partir de 2013, como Getúlio Vargas e Albert Schweitzer, no Rio, Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, e Alberto Torres, em São Gonçalo. Atualmente, ela é a responsáve­l pela administra­ção do Hospital Getúlio Vargas e do Instituto Estadual do Cérebro.

As investigaç­ões apontam que Miguel Iskin teria influência tanto sobre o orçamento e a liberação de recursos pela Secretaria de Saúde, quanto sobre as contrataçõ­es feitas pela Pró-Saúde. Segundo o MPF, o empresário inclusive indicaria empresas e forneceria toda documentaç­ão necessária, como cotações de preços e propostas fraudadas. Em contrapart­ida, cobraria a devolução de 10% sobre o valor dos contratos dos fornecedor­es da OS. Os valores oriundos desse percentual seriam distribuíd­os entre os demais membros da organizaçã­o criminosa.

Além do esquema com Miguel Iskin e Sérgio Cortês, as investigaç­ões também revelam que três ex-gestores da Pró-Saúde, Ricardo Brasil, Manoel Brasil e Paulo Câmara, teriam firmado contratos da OS com a empresa Aditus Consultori­a, do qual eram sócios, obtendo vantagens indevidas no valor de R$ 30 milhões entre os anos de 2012 e 2014.

As defesas dos empresário­s Miguel Iskin e Gustavo Estellita considerar­am a decisão mais uma prisão ilegal. Já a defesa da Pró-Saúde afirmou que tem colaborado com as investigaç­ões, mas devido ao sigilo do processo, não se manifesta.

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SEVERINO SILVA Foram presos mais uma vez os empresário­s Gustavo Estellita e Miguel Iskin, que fariam parte do esquema

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