HISTÓRIA QUEIMADA
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Incêndio destrói acervo de 20 milhões de peças do Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, um dos mais importantes do mundo e maior da América Latina em História Natural. Instituição guardava 10 mil anos de estudos arqueológicos, com fósseis e múmias. Também era referência em Entomologia e Antropologia. Especialistas criticam a falta manutenção para proteger patrimônio histórico.
Um incêndio de grandes proporções atingiu o Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, na noite de ontem. Quatro quartéis do Corpo de Bombeiros foram acionados por volta das 19h30 para conter as chamas, mas o acervo com 20 milhões de peças foi totalmente destruído. Quatro vigilantes estavam na instituição e conseguiram sair. Ninguém ficou ferido.
Apenas uma escada Magirus foi levada para o local. Em alguns momentos, não havia água para conter as chamas. Funcionários, emocionados, acompanharam o trabalho dos bombeiros. Os três andares do prédio, que completou 200 anos neste ano e já foi moradia da Família Real, ficaram destruídos.
O diretor do Museu Histórico Nacional, Paulo Knauss, disse em entrevista à GloboNews que o imóvel estava em estado de risco havia muito tempo, sem conservação por conta da falta de recursos financeiros. “Espero que depois desse acidente trágico, a gente consiga ter apoio da sociedade para defender nosso patrimônio histórico, que está sendo perdido”.
O presidente Michel Temer lamentou o incêndio. “Incalculável para o Brasil a perda do acervo do Museu Nacional. É um dia triste para todos os brasileiros”.
Primeira instituição museológica e de pesquisa do Brasil, o museu foi criado como Museu Real, em 1818, por Dom João VI. É a instituição científica mais antiga do país e considerado o maior museu de história natural da América Latina. Incorporado à UFRJ desde 1946, a unidade também oferecia cursos de especialização.