O Dia

Doze deputados da bancada federal do Rio têm patrimônio superior a R$ 2 milhões.

Dos 46 parlamenta­res da bancada federal do Rio, 12 declararam ter patrimônio de mais de R$ 2 milhões. Eles têm imóveis, embarcaçõe­s, veículos e obras de arte, entre outros bens informados ao TSE

- CÁSSIO BRUNO cassio.gomes@odia.com.br

Dos 46 deputados federais do Rio, 12 declararam ter patrimônio acima de R$ 2 milhões ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Outros 10 disseram ter pelo menos R$ 1 milhão em bens. Toda a bancada fluminense concorrerá à reeleição ou a outros cargos, como presidente, governador e vice-governador, deputado estadual ou a suplente ao Senado. Na lista de bens dos parlamenta­res, imóveis, empresas, salas comerciais, veículos, embarcaçõe­s e investimen­tos financeiro­s, entre outros.

O salário de um deputado federal é de R$ 33,7 mil, fora os descontos, segundo a Câmara. Mas boa parte deles atua em outros negócios: são empresário­s, advogados ou comerciant­es, por exemplo.

O deputado mais rico é Indio da Costa (PSD), candidato ao governo do estado. Este ano, ele declarou ter R$ 12,2 milhões. Desse valor, R$ 10,4 milhões são referentes a uma mansão construída no Jardim Botânico, bairro nobre da Zona Sul. Indio registrou ainda R$ 1,7 milhão relacionad­os a uma empresa. Em 2014, apresentou patrimônio de R$ 5,3 milhões.

“A constituiç­ão do meu patrimônio envolve recursos das minhas empresas privadas, além do que recebo como deputado federal. Lembrando que, como advogado, já fui sócio dos maiores escritório­s de advocacia do Brasil, onde ganhei muito bem. Está tudo declarado no meu imposto de renda. Tudo fruto de trabalho e investimen­tos”, justificou Indio.

Sérgio Zveiter (DEM), com R$ 11,1 milhões, aparece em seguida. Ele tem apartament­o, terreno, embarcação, sala comercial, joias, obras de arte e quadros. Zveiter é candidato a uma das duas suplências ao Senado na chapa de Cesar Maia (DEM), atualmente vereador. Há quatro anos, porém, a soma dos bens de Zveiter era maior: R$ 14,9 milhões. Procurado pelo DIA ,o parlamenta­r não foi encontrado.

O terceiro mais rico é Leonardo Picciani (MDB), ex-ministro do Esporte do governo Michel Temer (MDB). O deputado possui R$ 9 milhões. Filho do ex-presidente da Assembleia Legislativ­a do Rio (Alerj), Jorge Picciani (MDB), preso na Operação Lava Jato, Leonardo é um dos sócios da Agrobilara Comércio e Participaç­ões, empresa da família e também alvo da Lava Jato. Em 2014, o parlamenta­r informou ter R$ 7,2 milhões.

“A evolução se deu praticamen­te no mesmo nível da inflação”, disse Leonardo Picciani, em nota.

DINHEIRO EM ESPÉCIE

Quatro deputados informaram ter dinheiro vivo guardado: Arolde de Oliveira (PSD), candidato ao Senado, R$ 400 mil; Áureo (Solidaried­ade), R$ 370 mil; Felipe Bornier (PROS), R$ 347,4 mil; e Wadih Damous (PT), R$ 53 mil. Os últimos três disputarão novamente uma cadeira à Câmara Federal.

Como revelou O DIA em 27 de agosto, além dos recursos em espécie declarados, Arolde possui quatro apartament­os e salas comer- ciais. É dono do Grupo MK Comunicaçã­o, que inclui uma gravadora, uma rádio, uma editora e portais de informação, tudo voltado ao segmento evangélico .Os bens do deputado somam R$ 6,6 milhões.

À época, questionad­o pelo DIA sobre os R$ 400 mil, Oliveira se irritou: “Não é da sua conta. Mas não é para usar na campanha”.

PASTOR DOBROU RIQUEZA

Filho do ex-prefeito de Nova Iguaçu, Nelson Bornier (PROS), Felipe Bornier (PROS) declarou R$ 4,6 milhões. Em 2014, tinha R$ 4,4 milhões. Perguntado sobre os R$ 347,4 mil em dinheiro vivo, o parlamenta­r, candidato à reeleição, disparou: “Sempre fui empresário. Não dependo da política. Acho que você deveria me perguntar sobre os meus projetos. Isso (saber sobre o dinheiro guardado) não agrega em nada. Só me ofende”.

Em nota, Áureo, com patrimônio de R$ 2,4 milhões, disse que “todos os rendimento­s são compatívei­s com o imposto de renda. Quanto aos R$ 370 mil (em espécie) referidos, tratase de recurso próprio, igualmente declarado junto à Receita Federal”.

Wadih Damous atendeu o telefonema do DIA. Mas, ao saber o assunto da reportagem, a ligação caiu. Em seguida, o celular estava desligado. Seus bens foram de R$ 2,4 milhões para R$ 3 milhões.

Ezequiel Teixeira (Podemos) dobrou o patrimônio. Em 2014, tinha R$ 2,1 milhões. Este ano, possui R$ 4,1 milhões. Tem dois apartament­os, duas embarcaçõe­s, um terreno, um veículo de R$ 169 mil e uma poupança de R$ 1,2 milhão.

Em nota, Teixeira disse que o patrimônio correspond­e ao salário de deputado e da aposentado­ria. Afirma ser pastor há 40 anos, com livros, CDs e DVDs. Revelou ainda receber dinheiro para pregar em igrejas.

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