Pancada no ‘poste’ de Lula
Rivais na disputa por vaga no 2º turno, Ciro, Marina e Alckmin centram fogo em Haddad
No dia seguinte à oficialização de Fernando Haddad (PT) como candidato a presidente, os principais adversários centraram fogo no petista, que ainda teve que enfrentar perguntas sobre o papel que será exercido por Lula em um eventual governo comandado por ele.
Ciro Gomes, que, segundo as pesquisas, assumiu a ponta na disputa por uma vaga no segundo turno contra Jair Bolsonaro (PSL) - que segue na liderança isolada -, abriu a artilharia, em sabatina do ‘Globo’. Com cuidado para poupar Lula, ele relembrou da derrota de Haddad na disputa pela reeleição como prefeito de São Paulo. “Nenhum de nós é obrigado a Haddad, em São Paulo, se apresentando como candidato a presidente
achar que Lula é infalível. Ele indicou Dilma, escolheu Temer, escolheu Haddad pra ser prefeito de São Paulo e ele perdeu no primeiro turno na reeleição. É para a gente pensar. O Lula é uma pessoa boa, mas suas escolhas podem ser erradas”.
Geraldo Alckmin (PSDB), em campanha por Minas Gerais, classificou de “inacreditável”
o ato de lançamento do PT ter se dado “na porta de uma penitenciária” (a sede da Polícia Federal, em Curitiba). “O PT ficou escondendo o Haddad. Agora vai ter que se apresentar como candidato e explicar 13 milhões de desempregados, porque isso não começou hoje. É herança do PT. O PT não tem limites para chegar ao poder”, disse o tucano a jornalistas, procurando demonstrar firmeza.
Marina Silva (Rede) foi em linha semelhante, ao dizer que Haddad terá que responder pela gestão de Dilma Rousseff. “O Brasil acabou com as coisas boas que o governo do PT tinha feito, e aumentou as coisas erradas que fez”, disse ela, em Belo Horizonte (MG).
Já Haddad, considerado o ‘poste’ de Lula, participou de encontro com estudantes em São Paulo, ao lado de Manuela d’Ávila, e demostrou paciência com as perguntas sobre Lula. “Tivemos muito cuidado com isso. Fizemos um programa pormenorizado para que a sociedade saiba o que faremos. Quem quiser saber como será o próximo governo do PT, a nossa cartilha a partir de janeiro foi assinada por Lula e por mim”, disse.