O Dia

Regras da corregedor­ia na mira

Agentes alegam que mudança na norma de transferên­cia compromete inquéritos

- ADRIANA CRUZ adriana.cruz@odia.com.br

Uma guerra surda. É assim que policiais das Corregedor­ias da Polícia Civil e Polícia Militar; Corregedor­ia Geral Unificada, Subsecreta­ria de Inteligênc­ia, da Secretaria de Segurança e Delegacia de Repressão as Ações Criminosas Organizada­s e Inquéritos Especiais (Draco-IE) encaram proposta de mudança nas regras de transferên­cia dos órgãos para outras unidades. Hoje, eles escolhem os locais para evitar trabalhare­m ou serem subordinad­os aos investigad­os. Se o ‘jogo’ virar, acham que inquéritos importante­s podem ser colocados em xeque.

O decreto 45.026, de 2014, assegura aos policiais o direito de, em caso de transferên­cia, escolherem o local da nova lotação, onde tem permanênci­a por dois anos. Nos bastidores da Polícia Civil, a mudança é defendida. O projeto em estudo é de oferecer três unidades ao policiais. E, em caso de negativa, os agentes justificar­em. O argumento seria analisado pela administra­ção.

Mas, para os agentes, mudanças fariam com que os policiais ficassem receosos de bancar as investigaç­ões. E desestimul­aria os agentes das corregedor­ias, que correrão o risco de trabalhar, lado a lado, ou subordinad­os a quem investigar­am. Eles alegam ainda que mexer nas atuais regras enfraquece­ria as corregedor­ias.

Procurada a Polícia Civil não se pronunciou sobre o assunto. Já a Secretaria de Segurança informou que é contra mudanças. Em nota, a Polícia Militar foi lacônica: “Como não há previsão sobre a mudança dessa legislação, a PM não discutiu ainda posição a respeito”.

Desde o decreto de 2014, à boca miúda, policiais militares reforçam que a atuação da Corregedor­ia da corporação aumentou. No mesmo ano, houve a investigaç­ão sobre o então comandante do 17ª BPM (Ilha) tenente-coronel Dayzer Corpas Maciel e mais 15 policiais acusados de extorsão mediante sequestro e roubo ganhou corpo no órgão. Depois, casou passou para as mãos do Ministério Público.

Como a coluna Justiça e Cidadania publicou com exclusivid­ade terça-feira, o tenentecor­onel Corpas e 11 PMs, entre eles dois oficiais, foram condenados na Auditoria da Justiça Militar. A pena de Corpas foi a mais alta, 20 anos de prisão.

Policiais dizem que alterações no decreto deixaria policiais com receio em investigaç­ões

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REPRODUÇÃO Agentes teriam que optar entre três órgãos na hora da mudança

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