Operação contra máfia do futebol
Grupo ligado ao Barra Mansa Futebol Clube manipularia resultados na Série B do Carioca
OMinistério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e a Delegacia do Consumidor (Decon) fizeram, ontem, operação contra um grupo que manipularia resultados da Série B do Campeonato Carioca. Os principais alvos da ação seriam pessoas ligadas ao Barra Mansa Futebol Clube, que ofereceriam dinheiro aos jogadores para ‘entregarem’ os jogos e beneficiar máfia internacional de apostas. Segundo as investigações, o grupo receberia até R$ 150 mil por partida em que o clube do Sul Fluminense fosse derrotado. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão.
A investigação teve início no fim do ano passado. Segundo o MP, Lincoln Vinícius da Silveira Aguiar, que era gerente de futebol do Barra Mansa Futebol Clube, junto com Anderson Martins, presidente do clube, em acordo com Ezequia de Oliveira, proprietário da empresa Agesport, responsável pela administração e logística da equipe, ofereceriam aos jogadores vantagem financeira ilícita para que eles perdessem os jogos disputados.
O grupo atuaria junto a interesses de uma máfia internacional de apostas e manipulação de resultados de eventos esportivos, cujo representante ainda não foi identificado. As quantias variavam entre R$ 35 mil e R$ 150 mil por partida em que o Barra Mansa fosse derrotado.
A denúncia do MP narra, por exemplo, uma reunião em que os três dirigentes prometeriam pagamentos de R$ 2 mil para alguns jogadores para que perdessem por 4 a 0 a partida para o Audax. O jogo foi válido pela Série B do Estadual de 2017, em 25 de junho. Os atletas, porém, não teriam aceitado e o placar final ficou empatado em 2 a 2.
“Essas pessoas atuam, especificamente, nas séries B e C porque são as menos visadas e de fácil atuação”, disse a delegada Daniela Terra, titular da Decon. Na operação de ontem foram encontrados 29,700 mil bolívares (moeda da Venezuela) e 10 mil dôngs (vietnamita) na casa de Ezequia de Oliveira — valor equivale menos de R$ 2 mil. Na residência de Lincoln Vinicius da Silveira foi apreendida uma BMW.
A reportagem do DIA tentou localizar um representante do Barra Mansa FC para falar sobre o caso, mas ninguém foi encontrado. As defesas dos denunciados não foram localizados. A Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) disse que repudia e combate qualquer tipo de interferência fraudulenta em partidas de suas competições e apoia a investigação e punição dos responsáveis.