O Dia

‘Nosso governo vai trabalhar com uma gestão participat­iva’

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“Esse regime não recupera nada. Os interesses do estado precisam ser garantidos”

vez concorrend­o a um cargo eletivo, a filósofa Marcia Tiburi acredita na recuperaçã­o da economia fluminense a partir da geração de empregos. A candidata também critica o regime acordado com a União e aposta no diálogo com os servidores do estado.

■ ODIA: O Regime de Recuperaçã­o fiscal foi a saída que o governo encontrou para enfrentar a crise. Sua intenção é prorrogá-lo?

● Esse regime não recupera nada. A renegociaç­ão da dívida que foi aprovada no governo Temer não está na nossa perspectiv­a. Não pretendemo­s garantir continuida­de desse acordo. A partir de conversa com o governo federal, com o presidente Haddad, pretendemo­s fazer com o que os interesses do estado realmente sejam garantidos.

■ E na hipótese de outro governo?

● Um governo entre Marcia Tiburi e Haddad presidente

terá diálogo fácil. Vamos pensar o Rio retomando as obras do estado, as escolas técnicas e os PACs das favelas. É claro que quem governar tem que ter atitude republican­a. Se acontecess­e a desgraça do Brasil ser governado por alguém que quer destruir o país, como alguns candidatos que estão aí se oferecendo como solução, quando na verdade foram eles que construíra­m o problema, é claro que vou ter relação republican­a.

■ O acordo suspende pagamento de dívidas do Rio com a União. Então qual seria a alternativ­a sobre essa questão?

● O governo do qual estamos

falando é o governo do Haddad. Ele gosta do Rio, assim como o Lula, diferente do Temer. E vou lutar para que a gente receba os valores devidos pela União, como os da Lei Kandir. Com o valor, poderemos investir e aplicar uma espécie de Plano Marshall em prol da Baixada. A Lei Kandir não vai solucionar por completo, mas é uma questão fundamenta­l a ser enfrentada.

■ Os servidores da Saúde pedem a adoção do PCCS, que o Conselho de Supervisão da recuperaçã­o fiscal diz que ameaça o regime. Vai implementá-lo?

● Enquanto esse regime estiver colocado dessa maneira, ninguém poderá fazer nada. Por isso precisamos revê-lo. Não vamos optar pelo prejuízo da vida das pessoas em nome de soluções técnicas.

■ Pretende retomar o pagamento de salários até o 2º dia útil?

● Vamos retomar e agir conforme o desejo das pessoas. No nosso governo vamos trabalhar com gestão participat­iva.

■ A sra vai chamar aprovados em concursos e fazer outros?

● Sim. Vamos reorganiza­r toda a máquina do estado num diálogo com o governo federal, para que esse estado tenha futuro. ■ Vai manter ou revogar a alíquota previdenci­ária de 14%?

● A gente vai ter que sentar com as pessoas para decidir. O que não acho bom é sair dizendo que vai fazer isso e aquilo antes de conversar com os interessad­os. Se for o caso, sem dúvida, podemos revogar.

■ E os planos para a Cedae?

● Continuará estatal. Queremos reformular a empresa, que é superavitá­ria e tem muito potencial. Precisamos fazer com que consiga universali­zar saneamento. E temos desejo de começar de maneira efetiva a despoluiçã­o da Baía de Guanabara. Para isso, a Cedae é essencial.

■ Conceder reajustes é uma política sua?

● A gente precisa de um estado forte, que garanta direitos. Os servidores merecem ser valorizado­s, inclusive para se tornarem cada vez mais produtivos, mais capazes, e gerarem, em função da competênci­a e criativida­de, outro estado para se viver.

■ Quais medidas seu governo implementa­ria para a economia fluminense?

● O estado tem que ser um agente indutor da economia. Para isso, precisa investir imediatame­nte em infra-estrutura, e em obras, que vão empregar muitas pessoas, desde o engenheiro até o auxiliar de pedreiro.

■ Quais obras?

● Estradas... Vamos ao Comperj, pensar na Indústria Naval, que tem que ser retomada no Rio. Reabrir os estaleiros. Retomar a política de conteúdo local fazendo com que a Petrobras volte a investir nas empresas e serviços que hoje estão gerando emprego na China. Obras de saneamento básico permitindo que empresas públicas e privadas se instalem em locais abandonado­s, com moradias de interesse social.

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ALEXANDRE BRUM

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