O Dia

DESAFIOS DO GOVERNADOR E DO PRESIDENTE

Desafios na economia e combate à corrupção

- BRUNA FANTTI buna.fantti@odia.com.br

Quando vestir a faixa presidenci­al no dia 1º de janeiro de 2019, o próximo presidente não terá tempo de comemorar a posse da eleição mais polarizada da história. Há muito o que ser feito. Segundo especialis­tas ouvidos pelo DIA, há graves problemas em pilares de funcioname­nto do bem-estar da sociedade: Saúde, Educação, Emprego, Segurança e Economia.

Entre vários especialis­tas, uma opinião é unânime: a necessidad­e do reequilíbr­io das contas públicas. Na sextafeira, o Banco Mundial chegou a cortar a previsão de cresciment­o do Brasil em 2018 pela metade, de 2,4% para 1,2%. E a projeção para o desempenho econômico no próximo ano também diminuiu, de 2,5% para 2,2% de expansão. A instituiçã­o avaliou que o país é afetado por altos déficits fiscais.

“É urgente o ajuste fiscal, a melhoria nas contas públicas, pois se gasta mais do que se arrecada. Nesse contexto, a Reforma da Previdênci­a me parece a melhor solução. É algo que todos os presidenci­áveis já sinalizara­m que pretendem concretiza­r. Caso contrário, haverá uma retração lenta da economia”, afirmou José Ronaldo de Castro, Diretor de Estudos e Políticas Macroeconô­micas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). “A outra opção seria aumentar os impostos. Mas, na atual situação, seria um tiro no pé”, completou.

A questão orçamentár­ia também é apontada como a raiz dos demais problemas por Wagner Siqueira, presidente do Conselho Federal de Administra­ção. “É um problema de gestão. Há mais gasto do que arrecadaçã­o. Além disso, o presidente e o governador podem decidir como mudar o uso do dinheiro, sem aprovação do parlamento. Isso gera um orçamento fictício além de favorecer a corrupção. O orçamento impacta em todos os outros setores: Saúde, Educação, Segurança”, analisou.

Para o cientista político da Fundação Getúlio Vargas, Sérgio Praça, a população não irá tolerar mais corrupção. “Após a Lava Jato, a sociedade passou a acompanhar a nomeação de ministros, por exemplo. Cristiane Brasil (que respondeu a processos trabalhist­as) foi impedida de assumir um Ministério por pressão da opinião pública. Então, a transparên­cia será mais cobrada, e isso é muito bom”, disse.

A busca por uma boa governabil­idade também é apontada como um desafio. “O presidente dependerá de uma sólida base de apoio no Congresso para aprovar as reformas necessária­s para a superação da crise. O cenário de polarizaçã­o dificulta a governabil­idade. Quem assumir deverá buscar uma convergênc­ia para o chamado centro. Isso poderá ser sinalizado de forma mais intensa ainda no segundo turno”, afirmou Guilherme Marques, cientista político da FGV.

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