O Dia

Trio que mais preocupa: Saúde, Educação e Segurança

Após mergulho na crise, foco é no investimen­to

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Ocenário de crise na federação pode ser visto com mais intensidad­e no Rio de Janeiro. Entre 2015 e 2017, quase um quinto do total de vagas fechadas em todo o país (2,882 milhões) foram perdidas no estado. O contingent­e de empregos formais voltou ao mesmo patamar de 2009, conforme levantamen­to da Federação das Indústrias do Rio (Firjan). A retomada de empregos no país como um todo dependerá da política a ser adotada pelo próximo presidente, segundo Guilherme Marques. “Não há dados que apontem que a Reforma Trabalhist­a foi responsáve­l pela precarizaç­ão do emprego, que vem desde 2015 se agravando, acompanhad­o do aumento da informalid­ade”, disse.

Somente na cidade do Rio, são 933 mil pessoas desemprega­das. Se todas ficassem posicionad­as uma atrás da outra, a fila se estenderia do Centro do Rio até Campos, no Norte Fluminense.

A Saúde é outro desafio. No Brasil, nos últimos oito anos, foram perdidos 34 mil leitos hospitalar­es em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). O Estado do Rio foi o que mais perdeu leitos: 9 mil no período, uma redução de 28%. “Há um problema de gestão na distribuiç­ão dos pacientes. Eles esperam mais do que o prazo de 60 dias para começar o tratamento. Muitas vezes, quando iniciam, já é tarde”, avaliou um dos diretores do Cremerj, Flávio Antônio Ribeiro, que já perdeu pacientes para o câncer nessa situação. “O governo, ao optar por PJs em vez de abrir concursos públicos, também desestimul­a os médicos. Isso traz incerteza de instabilid­ade no emprego”, apontou. Hoje, mais de 26 mil pacientes do estado estão na fila do SER, o sistema estadual de regulação, e 15 mil esperam por um exame ortopédico.

Para Luciana Phebo, coordenado­ra do Unicef no Rio e Espírito Santo, a Educação no Brasil também precisa de mais empenho dos governante­s. “Precisamos unir diferentes setores, como educação, saúde e assistênci­a social para buscar quem está de fora da escola e entender as causas da exclusão”. No Brasil, 2,8 milhões de crianças e adolescent­es estavam fora da escola em 2015. No mesmo ano, o Estado do Rio tinha 138,5 mil crianças sem acesso à educação. Os problemas também atingem o ensino superior estadual, onde a crise econômica fez com que o ano de 2017 fosse um dos mais mais sombrios da história da Uerj. Os professore­s ficaram cinco meses sem dar aulas. Neste ano, o estado ainda deve R$ 156 milhões a fornecedor­es.

Já na Segurança Pública, apesar da Intervençã­o Federal apresentar redução nos crimes contra o patrimônio, o número de homicídios aumentou. Para reestrutur­ar as forças policiais e diminuir a criminalid­ade, o especialis­ta em Segurança José Antônio Bandeira indica algumas medidas que poderiam ser tomadas. “Em primeiro lugar e com vista a uma rápida redução dos índices de criminalid­ade será fundamenta­l centraliza­r todos os esforços e investirmo­s em tecnologia de inteligênc­ia e trenamento dos policiais, visando impedir que drogas, armas e munições cheguem às nossas comunidade­s, quebrando o fluxo de chegada dessas mercadoria­s e saída do dinheiro arrecado com a venda de entorpecen­tes nos morros do Rio de Janeiro”, afirmou. O combate à corrupção e mais ações contra organizaçõ­es criminosas também deverão ser desafios. “É necessário um maior rigor no combate à corrupção policial através do fortalecim­ento das corregedor­ias e de implantaçã­o de mecanismos de monitorame­nto e investigaç­ão interna das condutas dos agentes públicos, inclusive de delegados e coronéis”, disse Bandeira.

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