O Dia

WITZEL E PAES VOLTAM ÀS RUAS

Dono de mais de 3 milhões de votos chegou a tentar se candidatar ao governo do estado pelo PSDB, mas não foi aceito por ser um ‘desconheci­do’. Ficou no PSC

- RAFAEL NASCIMENTO rafael.nascimento@odia.com.br WILSON AQUINO wilson.aquino@odia.com.br

No primeiro dia após as eleições, o candidato do PSC foi à Central falar com eleitores. Já o ex-prefeito do Rio cumpriment­ou apoiadores na Baixada.

Quando Jair Bolsonaro saiu do Partido Social Cristão (PSC) para disputar a eleição pelo Partido Social Liberal (PSL), o ex-juiz federal Wilson Witzel foi conversar com o PSDB do Rio. Pré-candidato ao governo do estado, Witzel buscava uma legenda forte para concorrer, já que na opinião dele, o PSC, ao qual era filiado, sem Bolsonaro, se fragilizav­a. No entanto, os tucanos fluminense­s avaliaram que, por ser desconheci­do, as chances de vitória de Witzel eram praticamen­te nulas, e não lhe deram guarida.

O restante da história foi escrito no domingo, quando o “desconheci­do” Witzel desbancou os políticos famosos e foi, de longe, o candidato mais votado no primeiro turno. Ao se tornar fenômeno das urnas, o ex-juiz federal despertou a curiosidad­e do povo. Afinal, quem é ele?

Morador do Grajaú, Witzel é casado e tem quatro filhos, três deles — duas meninas e um menino que foram com ele à urna domingo — do segundo casamento. O filho mais velho, Erick, do primeiro casamento, fez a transição de gênero. Ele tem 24 anos, é formado em Gastronomi­a e trabalha na cozinha de um hotel da Zona Sul. Wilson Witzel nasceu em Jundiaí (SP), mas veio para o Rio ainda jovem. Com 18 anos entrou para a Escola de Formação dos Oficiais da Marinha, onde formou-se fuzileiro naval. Logo depois de dar baixa, entrou para a Faculdade de Direito. Já formado, em 1997, foi aprovado em concurso para a Defensoria do Estado do Rio. Em 2000, foi aprovado no concurso para Juiz Federal. Foi Titular de Itaperuna e movido para o Espírito Santo (ES), onde julgou casos de sonegação, lavagem de dinheiro, tráfico, corrupção e desvio de verba. Sua atuação, lhe rendeu ameaças de morte e, em 2010, regressou ao Rio como Juiz Federal Titular de São João de Meriti.

Em 2014 foi eleito presidente da Associação dos Juízes Federais do RJ e ES. Dizendo-se indignado com o cenário atual da política, Witzel deixou a magistratu­ra para se candidatar ao governo do estado, este ano.

Ontem pela manhã, Witzel fez campanha na Central do Brasil, onde agradeceu os votos e tirou fotos com eleitores. O candidato rechaçou a pecha de desconheci­do — “tem que perguntar isso para 3,1 milhões de pessoas” — e afirmou que está na frente porque querem alguém com “um passado limpo”. Ele destacou que a população do Rio não aguenta mais o velho e quer alguém novo. “Temos pauta mais conservado­ra na questão do direito penal. A população nos apoia”, disse.

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ESTEFAN RADOVICZ / AGÊNCIA Wilson Witzel, candidato ao governo do Rio chega para corpo a corpo na Rua Senador Dantas, na Cinelândia

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