ONU monitora escalada de agressões por motivos políticos
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos se disse “profundamente preocupado” e pediu investigações imparciais sobre as agressões ligadas à disputa política no Brasil. O órgão pediu que os líderes políticos nacionais condenem explicitamente os atos.
“O discurso violento e inflamatório dessas eleições, especialmente contra LGBTI, mulheres, afrodescendentes e aqueles com visões políticas diferentes, é profundamente preocupante, especialmente dado os relatos de violência contra tais pessoas”, , declarou a porta-voz do escritório da ONU, Ravina Shamdasani.
Escritórios da ONU que lidam com política regional ou direitos humanos tem feito o acompanhamento.
Na capital baiana, depois de se envolver em uma discussão na qual defendia o candidato petista, o mestre de capoeira Romualdo Rosário da Costa, foi assassinado a facadas dentro de um bar por um homem que, segundo testemunhas, era apoiador de Jair Bolsonaro. “Eu lamento, e peço ao pessoal que não pratique isso, mas eu não tenho controle”, disse o candidato sobre o crime. Na quarta-feira, ele mudou de tom. “Dispensamos voto e qualquer aproximação de quem pratica violência contra eleitores que não votam em mim”. Já Fernando Haddad (PT) disse que está “lutando contra a barbárie”. “Essa escalada tem que ter um fim”.
AGRESSÃO NO RECIFE
A polícia civil está à procura de três homens e uma mu- lher acusados de lesão grave e ameaça contra a produtora Paula Pinheiro Guerra, de 37 anos. Ela foi espancada na noite do domingo, em um bar no Recife, supostamente por utilizar adesivos em apoio ao candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) e ao movimento #EleNão, que faz oposição a Bolsonaro.
O grupo agrediu Paula, que foi salva por um dos garçons que conseguiu escondê-la na cozinha. A vítima ficou com hematomas pelo rosto e teve um dos braços quebrados.