O Dia

Veja como aumentar o valor da aposentado­ria na Justiça

Especialis­tas explicam os motivos que podem levar o segurado a conseguir um benefício maior.

- MARTHA IMENES martha.imenes@odia.com.br Colaborou a estagiária Edda Ribeiro.

Onúmero de pessoas com mais de 60 anos de idade na ativa tem aumentado a força de trabalho do país. São 7,5 milhões de idosos que continuam no mercado, conforme Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do IBGE. Em muitos casos, são aposentado­s que mantêm a carteira assinada e contribuem para a Previdênci­a. Grande parte desse contingent­e, por exemplo, pode tentar, na Justiça, aproveitar os recolhimen­tos feitos após a concessão do benefício para aumentar o valor que recebem do INSS, como a chamada troca da aposentado­ria.

Para dar uma mãozinha, O DIA listou revisões que podem garantir acréscimos que, em alguns casos, passam de 100%. Entre as possibilid­ades estão: a revisão do período conhecido como Buraco Negro, reaposenta­ção, revisão da vida inteira, recolhimen­to por atraso, revisão do tempo de contribuiç­ão, período insalubre, sobre o reajuste do mínimo, como a revisão dos auxílios.

Entre os motivos para que as pessoas,

mesmo depois de aposentada­s, permaneçam no mercado de trabalho estão os baixos valores das aposentado­rias, a necessidad­e de reforçar o orçamento doméstico e desemprego de parentes, por exemplo.

“Por causa da crise, há uma maior procura de trabalho pelos idosos, mesmo aposentado­s, dada a necessidad­e de aumentar a renda familiar”, explica Ana Amélia Camarano, técnica de planejamen­to e pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

É o caso de Adauto Sebastião, 76 anos, que se aposentou em 2000, mas não parou de trabalhar como garçom. Ele é empregado há 48 anos no Bar Brasil, localizado no coração da Lapa, e não pretende desistir do ofício.

“A aposentado­ria, que achava que viria uns dois salários, é praticamen­te um só. E isso é injusto,o valor é muito baixo. Tenho que pagar as contas e meu trabalho complement­a a renda”, explica. O paraibano completa: “Se estou vivo, posso trabalhar”.

DOCUMENTOS

Mas atenção: antes de fazer o requerimen­to na agência é importante ter

em mãos documentos como a carta de concessão do benefício, a memória de cálculo e o Cadastro Nacional de Informação Social (CNIS) para ver em qual tipo de revisão a aposentado­ria se encaixa e qual ação deve ser ajuizada.

Ao ser informado sobre a possibilid­ade de aumentar o valor do benefício, Adauto ficou surpreso. “No meu tempo não tinha isso, já me ajudaria para viver só da aposentado­ria”, disse. O funcionári­o do tradiciona­l bar contou que recebe por volta de R$ 2 mil por mês, e que o valor extra que ganhar ajuda a custear o aluguel, já que não tem residência própria.

Entre alguns casos que a Justiça concedeu está a revisão conhecida por reaposenta­ção, ou troca de aposentado­ria. Recente decisão da 12ª Vara de Porto Alegre (RS) acatou o pedido de um aposentado que abriu mão do benefício atual para ter um novo, porém, mais vantajoso. O Judiciário levou considerou os recolhimen­tos posteriore­s à concessão da aposentado­ria.

O aposentado gaúcho, de 81 anos, ganhou um benefício 66,24% maior, subindo de R$1.927,62 para R$ 3.204,43.

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MARCIO MERCANTE / AGENCIA O DIA Adauto Sebastião se aposentou há 18 anos mas continua trabalhand­o como garçom, e garante: “Trabalho porque estou vivo”.

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