Jair Bolsonaro vai manter a neutralidade no Rio
Presidenciável não irá manifestar preferência nas eleições para o governo. TRE proibiu Witzel de vincular campanha a Bolsonaro
Jair Bolsonaro (PSL) disse, ontem de manhã, que não vai apoiar um candidato ao governo do Estado do Rio no segundo turno. A declaração foi dada antes da gravação do horário eleitoral, no Jardim Botânico. “Eu estou neutro aqui”, disse. Foi a primeira vez que ele se manifestou sobre o assunto. Desde o primeiro turno, o ex-juiz federal Wilson Witzel (PSC) tenta relacionar a sua campanha à família Bolsonaro.
A declaração parece não ter afetado as convicções de Witzel. Em meio a um ato na Taquara, Zona Oeste do Rio, ele repercutiu o assunto, em entrevista dada a jornalistas. “Apoiei Jair Bolsonaro desde o começo. Sempre tive as ideias alinhadas com o PSL. O programa de segurança pública, de saúde, de desenvolvimento econômico. Pode ser uma estratégia dele, mas eu continuo apoiando e votando nele”, afirmou.
Na sexta-feira, o desembargador eleitoral de plantão Luiz Fernando de Andrade Pinto, do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), proibiu Witzel de vincular a sua candidatura ao senador eleito Flávio Bolsonaro, filho do presidenciável. Caso a decisão seja descumprida, o candidato será obrigado a pagar multa de R$ 50 mil por veiculação indevida. O pedido partiu de Eduardo Paes (DEM), adversário na disputa pelo governo do Estado do Rio, que já tentava desvincular as candidaturas. Segundo ele, o ex-juiz federal estava usando o presidenciável como ‘bengala’. “Tenho muito mais relação e proximidade com Jair Bolsonaro do que o meu adversário. Mas isso importa pouco. Temos que entender que essa é uma relação institucional. A gente não pode votar em personagem, holograma, que a gente não sabe quem é”, disse Paes, durante o debate entre os dois candidatos, na Firjan.
Witzel, inclusive, chegou a reservar um espaço em sua agenda de campanha para um ato ao lado de Flávio. Em entrevista ao Informe do DIA, o senador eleito disse que não iria ao ato. “Meu pai (Jair Bolsonaro) optou por manter a neutralidade no Rio. Esse posicionamento também se estende a mim”.
MANIFESTO NA CINELÂNDIA
Hoje, a partir das 13h, haverá distribuição de mil placas na Cinelândia em homenagem a Marielle Franco, vereadora morta a tiros há sete meses no Rio. O manifesto teve início com a vaquinha virtual em reação a uma foto de Rodrigo Amorim, deputado estadual eleito pelo PSL, que posou rasgando um adesivo que simulava uma placa de rua com o nome de Marielle.
Meu pai (Jair Bolsonaro) optou por manter a neutralidade no Rio. Esse posicionamento também se estende a mim FLÁVIO BOLSONARO, senador eleito no Rio