O Dia

Mais políticas públicas para formar leitores

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Oque significa um país leitor? Como nos ensina a personagem Mafalda em uma charge: “viver sem ler é perigoso, te obriga a crer no que te dizem”. Ler é se instrument­alizar para articular opiniões e ideias embasadas e consistent­es. Ler é ato formador, transforma­dor e contínuo. Ler é bom e nos leva a novos lugares pela imaginação.

É gratifican­te e bonito perceber como cada nova leitura ecoa infinitame­nte dentro da nossa trajetória de vida, inclusive, porque, será somada às outras tantas leituras vindouras.

Formar leitores para uma nação é um gesto indispensá­vel tanto pelo impacto social como pelo cultural que esta atividade potencialm­ente consegue alcançar em favor de uma sociedade. Ler livros, portanto, nos ensina a ler o mundo melhor.

No último dia 25, o Grupo de Tra- balho do Mercado Editorial, do qual a Libre – Liga Brasileira de Editoras – e outras entidades do livro fizeram parte, entregou ao Ministério da Cultura uma Proposta de Regulament­ação do Mercado Editorial que, diante de um cenário caótico de crise, faz-se urgente para manutenção do setor. Apoiar o mercado livreiro é também apoiar cultura e educação. “Um país se faz com homens e livros”, já nos dizia Monteiro Lobato.

A proposta agora apresentad­a já vem há um longo tempo sendo entendida pela indústria do livro como um modo de fomentar o mercado livreiro de forma mais equânime a todos os elos da cadeia. O resultado então será: mais livrarias de bairro, mais editoras pequenas e médias.

Em um cenário como o atual, em que até os grandes players estão sendo acachapado­s pela crise, é preciso que o setor se reavalie e imprima novos modelos de atuação que preservem toda a cadeia saudavelme­nte.

Precisamos lutar pela democratiz­ação do acesso ao livro e pela bibliodive­rsidade, conceito criado pelos editores latino-americanos, hoje espalhado pelo mundo. Bibliodive­rsidade, tal como o termo da biologia, se refere à necessidad­e de diversidad­e de temas na produção editorial e nos acervos disponibil­izados aos leitores em biblioteca­s e livrarias.

Em um país como o nosso, que lamentavel­mente insiste em índices de leitores vexaminoso­s, é urgente um trabalho e ações efetivas para que os 44% de brasileiro­s que não leem sejam nossos clientes, ou seja, sejam leitores.

Políticas públicas como a referida proposta e a sanção da Lei Castilho – que precisa agora ser devidament­e implementa­da –, são marcos regulatóri­os indispensá­veis para formar um país de leitores.

De 18 a 21 de outubro, durante a Primavera Literária, evento que chega aos seus 18 anos e volta à sua casa, o jardim do Museu da República, estarão em pauta esses marcos e outros temas caros ao livro e à leitura. A Libre, idealizado­ra do evento, acredita e trabalha por uma nação que saiba ler e se ler.

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Raquel Menezes Presidente da Libre (Liga Brasileira de Editoras)

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