O Dia

Haddad conta com Ciro enquanto Bolsonaro combate o ‘já ganhou’

Campanha se encerra hoje. No último programa da TV, candidatos mantiveram ataques mútuos

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Os ataques mútuos que marcaram a campanha presidenci­al seguiram até o último programa eleitoral na TV, ontem. Jair Bolsonaro (PSL), em sua última aparição, apostou no antipetism­o (“Agora é o Brasil contra o PT”), mas prometeu fazer um “governo para todos”. O presidenci­ável também citou um trecho da Bíblia (João 8:23), em que se lê: “E conhecerei­s a verdade, e a verdade vos libertará”. Fernando Haddad (PT) fez um apanhado das acusações ao candidato do PSL, mostrando vídeos em que o capitão da reserva declara apoio à tortura. Em discurso, com a câmara em close, o petista agradeceu a Deus e disse ainda que seria o presidente “que constrói pontes”. “Serei o presidente do diálogo que constrói pontes e garante a paz”, afirmou.

A campanha nas ruas se encerra hoje. A pesquisa do Datafolha divulgada na quintafeir­a, mostrou uma queda de seis pontos na diferença entre os candidatos. Bolsonaro tem 56% das intenções de votos válidos, contra 44% de Haddad. Hoje, Ibope e Datafolha publicam levantamen­tos.

Haddad continua esperanços­o em um apoio mais determinad­o de Ciro Gpmes (PDT), que tinha chegada ao Brasil prevista para ontem. O presidente do PDT, Carlos Lupi, disse que o terceiro colocado no primeiro turno vai gravar um vídeo declarando voto e um apoio mais enfático ao presidenci­ável do PT. “Vai reforçar isso. Eu estou indo para o Ceará para conversar com o Ciro”, disse.

Em entrevista a uma rádio mineira, Haddad disse ter “maturidade suficiente para entender o comporta- mento das pessoas”. “O Ciro é meu companheir­o de longa data. Tenho certeza que ele vai fazer uma fala dura nesta reta final e nos vamos vencer juntos”, disse o candidato do PT, que acredita que o apoio pode lhe valer “três ou quatro pontos”.

Em Salvador, o petista realizou seu último ato de campanha no Nordeste. A organizaçã­o estimou o público em mais de 100 mil pessoas. A multidão ocupou todas as faixas da via que corta a orla da capital baiana. Ele participa de caminhada na periferia de São Paulo hoje.

BOLSONARO PREOCUPADO Combatendo o clima de “já ganhou”, que leva o entorno do candidato do PSL a discutir o futuro ministério antes da eleição, Jair Bolsonaro pediu que os seus eleitores se mobilizass­em em busca de mais votos. O apelo foi feito em uma “live” transmitid­a no perfil de seu filho no Facebook, o deputado Flávio Bolsonaro, na noite de ontem.

O candidato justificou o apelo a pessoas que acham que, como ele está bem nas pesquisas, não querem votar. “Vamos votar domingo para que a gente evite qualquer surpresa”, alertou.

Bolsonaro afirmou também que “o outro lado está ativo” e “trabalhand­o nas ruas” e citou o movimento de artistas que estão pedindo votos nas ruas para o seu adversário Fernando Haddad (PT). “Só faltou eles botarem nos cartazes: eu não posso perder a lei Rouanet”, ironizou.

Apontado como futuro ministro da Casa Civil, em caso de vitória de Bolsonaro, o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS) confirmou ontem que a equipe de transição está sendo organizada.

Onyx disse que, em novembro, Bolsonaro deve anunciar todos os nomes de seu ministério. E em dezembro, pretende retirar a bolsa de colonoscop­ia, em São Paulo. Durante a campanha, o presidenci­ável avisou que pretende reduzir de 29 para 15 o número de ministério­s. Confirmou ainda os nomes de Onyx, Paulo Guedes (Economia) e do general Augusto Heleno (Defesa). Bolsonaro, no entanto, usou sua conta no Twitter para tentar frear especulaçõ­es em torno de possíveis nomes para um eventual governo, dizendo que “as eleições só serão definidas no domingo”.

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Em casa, presidenci­ável do PSL recebeu indígenas e gravou live pedindo que eleitores mantenham mobilizaçã­o. Já o candidato do PT posou para selfie com apoiadores em Salvador

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