O Dia

CLÍNICAS MAIS AMEAÇADAS

Gestores teriam recebido lista para dispensar funcionári­os das unidades. Prefeitura não confirma medida

- WILSON AQUINO wilson.aquino@odia.com.br

Associação denuncia que gestores das clínicas da família estão sendo informados do corte de 190 equipes, o que deixaria sem cobertura 760 mil pessoas. A Prefeitura não confirma. Candidatos ao governo estadual, Witzel e Paes comentam a crise na Saúde municipal.

Gestores de algumas Clínicas da Família da cidade do Rio estão sendo convocados à prefeitura para receber uma lista dos profission­ais que devem ser dispensado­s. A denúncia é da Associação de Medicina de Família e Comunidade do Estado do Rio de Janeiro. Segundo a instituiçã­o, nada menos do que 190 equipes serão cortadas, deixando sem cobertura cerca de 760 mil cariocas.

A Prefeitura do Rio, no entanto, não confirma. Em nota, informa apenas que o “estudo de reestrutur­ação da Estratégia Saúde da Família segue em fase de conclusão e, portanto, ainda não é possível informar números”. No entanto, a estrutura de Saúde da cidade maravilhos­a enfrenta sérios problemas. Ontem, profission­ais do Centro de Emergência Regional (CER) do Leblon, foram para a rua protestar contra os dois meses de atraso nos salários.

A prefeitura já havia

anunciado a intenção de cortar 300 equipes da Clínica da Família, alegando que poderia economizar R$ 400 milhões por ano com a medida. Entretanto, especialis­tas contestam a eficácia do plano do prefeito Marcelo Crivella. “A economia de curto prazo pode resultar em perdas no médio e longo prazos”, adverte o economista Edson Araújo, responsáve­l pelas áreas de saúde, nutrição e população do Banco Mundial.

A ameaça da prefeitura tem deixado muitas famílias

apreensiva­s. A dona de casa M. explica o motivo de tanta preocupaçã­o. A mãe dela, uma sexagenári­a portadora de Alzheimer e demência em estado avançado, recebe atendiment­o em casa pela equipe da Clínica da Família do bairro onde mora, na Zona Norte. “Ela não fala, não anda, só se alimenta por sonda. Ela tem que ser tratada em casa. A vez que a gente precisou correr com ela para o hospital, ficamos três horas esperando atendiment­o”, contou, que não se identifica por temer represália­s.

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MARCIO MERCANTE / AGÊNCIA O DIA Pacientes estão preocupado­s com a possibilid­ade do fim do programa

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