Desde o Exército, o novo comandante da Nação construiu trajetória polêmica. ‘É o modo dele falar’, diz a mãe
Jair Bolsonaro, o capitão alçado a ‘mito’ que vai presidir o Brasil
Na disputa presidencial mais polarizada do Brasil em todos os tempos, provavelmente não haveria um protagonista mais polêmico do que Jair Messias Bolsonaro. O capitão da reserva de 63 anos, já está há 29 deles na política do país. Caberá a ele dialogar com os interesses de todos a partir de janeiro.
O menino que gostava de pescar e jogar futebol foi alçado a “mito” de proporção nacional devido a posicionamentos controversos enquanto deputado federal.
A dona de casa Olinda Bonturi Bolsonaro, de 91 anos, mãe de três homens e três mulheres, já disse que criou Jair com muito amor, que ele nunca apanhou e era manso. “Não queria que fosse uma criança estúpida, bruta, falasse besteira. Dava comidinha na hora certa”, contou, em 2015, à revista Crescer. E defendeu o jeito duro do homem público. “Esse é o modo dele de falar. Fica irritado, então, fala do jeito dele. Mas é uma boa pessoa.”
Bolsonaro nasceu em 21 de março de 1955 na pequena Glicério, a 443 km da capital São Paulo. Cresceu em cidades do interior do estado, como Eldorado, onde viveu até entrar no Exército.
Era chamado de Palmito na adolescência, por ser branco e alto. Herdou a paixão pela pesca do pai, Percy Geraldo Bolsonaro, dentista prático, já falecido. É casado desde 2007 com Michelle de Paula, sua terceira mulher, e pai de quatro homens — a quem chama à moda militar (“zero-um”, “zero-dois”...) — e uma menina de 8 anos. Flávio, Carlos e Eduardo, frutos da primeira união, são políticos.
O ingresso no Exército ocorreu aos 18 anos, pela Escola Preparatória de Cadetes, em Campinas. Formouse na Academia Militar das Agulhas Negras e na Escola de Educação Física. Deixou a instituição em 1988 para se candidatar a vereador no Rio e foi eleito.
Assumiu como deputado federal em 1991, completando sete mandatos com dois projetos aprovados: a redução do IPI para equipamentos de informática e liberação da “pílula do câncer”, que não teve eficácia comprovada.
Reverenciado em peso pelos militares, chegou a ser preso 15 dias em 1986, já capitão, por ter publicado artigo na revista ‘Veja’ defendendo aumentos salariais. E já foi tachado de “mau militar” pelo general Ernesto Geisel.
Católico, Jair Bolsonaro tem apoio de conservadores pela defesa de pautas ligadas a questões comportamentais..
Por discurso contrário a gays na TV e uma briga em 2014 com Maria do Rosário (PT), em que disse que ela não merecia ser estuprada por ser “muito feia”, pagou indenizações. Visto como esperança no combate à violência e à corrupção, ele vence sua primeira eleição presidencial quase dois meses após ser esfaqueado durante um ato de campanha.