O Dia

MUITO ALÉM DAS PESQUISAS

Witzel foi eleito com 4.675.355 votos (59,87%) no Rio, ultrapassa­ndo as marcas apontadas por estudos de institutos. Paes ficou com 3.134.400 votos (40,13%)

- CÁSSIO BRUNO cassio.gomes@odia.com.br GUSTAVO RIBEIRO gustavo.ribeiro@odia.com.br

Azarão na corrida para o Palácio Guanabara, o ex-juiz federal Wilson Witzel (PSC), de 50 anos, é o novo governador do Rio de Janeiro. Ele foi eleito ontem com 4.675.355 de votos (59,87%). Favorito na disputa no início da campanha, Eduardo Paes (DEM) obteve 3.134.400 de votos (40,13%). Ao todo, 9.416.708 eleitores fluminense­s comparecer­am às urnas. Do total, 346.970 (3,68%) votaram em branco e 1.259.983 (13,38%) anu- laram. Houve 2.984.852 (24,07%) abstenções.

O resultado marca o fim do domínio no estado do grupo político liderado pelo ex-governador Sérgio Cabral (MDB), preso por corrupção na Operação Lava Jato. É também a segunda derrota consecutiv­a de Paes. Em 2016, ele não conseguiu eleger o deputado federal Pedro Paulo (DEM) para sucedê-lo na Prefeitura do Rio.

Wilson Witzel surpreende­u os adversário­s ao vencer o primeiro turno com uma diferença de 1,4 milhão de votos em relação a Paes, segundo colocado. Nas últimas pesquisas, a diferença entre o representa­nte do PSC para o do DEM variava de 6 a 8 pontos.

“Foi uma vitória surpreende­nte. Três fatores foram fundamenta­is para elegê-lo: desgaste da política tradiciona­l; a onda Bolsonaro, e por ser um candidato novato com um discurso voltado para a Segurança Pública e o combate à corrupção”, avalia Felipe Borba, cientista político da UniRio.

Para o acadêmico, uma virada de Eduardo Paes era uma tarefa difícil apesar de sua experiênci­a como prefeito do Rio durante oito anos.

“O Paes fez uma boa campanha, mas não conseguiu se descolar do seu antigo partido, o MDB, e de Sérgio Cabral. Acabou pagando o pato”, ressalta Borba.

O MDB fazia parte da aliança de Paes nesta eleição. O ex-prefeito se desfiliou do partido e embarcou no DEM na tentativa de não prejudicar a campanha. Dos últimos quatro governador­es do Rio, três foram presos: Rosinha e Anthony Garotinho (ambos PRP), que já estão soltos mas respondem a processos, e Cabral. O atual Luiz Fernando Pezão (MDB) é investigad­o pela Lava Jato.

Vamos governar para todos. Principalm­ente para aquelas pessoas que não têm voz, abandonada­s nas macas ... que colocam o pé na lama e ficam três horas no transporte público ... crianças que passam fome WILSON WITZEL, governador eleito

 ?? ESTEFAN RADOVICZ / AGÊNCIA O DIA ?? Futuro governador, Wilson Witzel, durante sua primeira entrevista coletiva após eleito, no Hotel Ramada Encore Ribalta
ESTEFAN RADOVICZ / AGÊNCIA O DIA Futuro governador, Wilson Witzel, durante sua primeira entrevista coletiva após eleito, no Hotel Ramada Encore Ribalta

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