O Dia

DO BAIXO CLERO

- LEANDRO MAZZINI

Jair Bolsonaro foi eleito, em suma, com campanha pela internet e com menos de R$ 3 milhões. Três fatores traduzem a vitória do capitão reformado do Exército como marco histórico na política brasileira. Deputado do chamado “baixo clero”, pavimentou sua campanha vitoriosa nas redes sociais e, a despeito de denúncias, capitaneou milhares de militantes voluntário­s. Fez uma campanha enxuta, se comparada com as dos concorrent­es, e liderou a arrecadaçã­o por meio do financiame­nto coletivo, chamado de “vaquinha”. Vítima de uma facada ainda no primeiro turno, quando tinha apenas 8 segundos de tempo de TV, Bolsonaro teve impulsiona­da sua exposição. O atentado também serviu de argumento para o candidato reforçar a defesa de duras medida para combater a inseguranç­a.

Refluxo

Apesar da vitória, o refluxo da onda bolsonaris­ta no segundo turno foi analisado nos últimos dias pelo próprio presidente eleito e coordenado­res da campanha após a vitória nas urnas. Pesou a declaração do filho (Eduardo Bolsonaro) insinuando, em vídeo e em tom jocoso, o fechamento do Supremo Tribunal Federal.

Discurso

O duro discurso de Bolsonaro, transmitid­o no ato promovido por apoiadores na Avenida Paulista, também foi visto como tropeço

desnecessá­rio na reta final. O deputado prometeu “varrer do mapa esses bandidos vermelhos do Brasil”. O recuo em algumas propostas, como fusão de ministério­s, pegou de surpresa bolsonaris­tas ortodoxos.

Erros

Dirigentes petistas também elencaram os erros que levaram à derrota de Fernando Haddad. Um deles, a demora em admitir publicamen­te os erros do partido, além de falhas na articulaçã­o para chegar ao segundo turno com uma frente ampla de esquerda.

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