O Dia

Luxo e ostentação que fazem rir

Comédia ‘Podres de Ricos’ se utiliza de história romântica para mostrar excesso de riqueza de asiáticos

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Primeira produção de Hollywood com direção e elenco totalmente asiáticos, ‘Podres de Ricos’ baseia-se no best-seller de Kevin Kwan, ‘Asiáticos Podres de Ricos’. Reconfigur­a o estado do mundo, com a riqueza deslocando-se dos milionário­s do Texas e da Península Arábica, mas não é a China, cuja economia desafia a norte-americana, e sim Cingapura. O mais divertido é justamente a representa­ção da riqueza.

É como representa­r o gênio. Alguns filmes já tentaram — ‘32 Curtas sobre Glenn Gould’, de François Girard —, mas tocam só a superfície. O excesso de riqueza também se constitui num desafio. Esqueça o bom gosto. Os muito ricos ostentam, são vulgares, bregas — é o que o filme mostra. Numa cena, na despedida de solteira de uma bilionária, sua mãe freta um avião para levar as amigas da noiva a uma praia paradisíac­a. Lá chegando, as convidadas têm 3 minutos para pegar tudo o que conseguire­m numa loja de grife. São ricas como a noiva. Ninguém precisa, mas quase se matam. Nesse aspecto, bilionário­s são piores que mortos de fome. Não resistem a uma boca-livre.

O filme segue o formato da comédia romântica. É dirigido pelo sino-americano Jon M. Chu. Constance Wu é a protagonis­ta. Professora de economia em Nova York, namora o bonitão Henry Golding, um estreante asiático, apesar do nome. Ele a convida para ir à festa de casamento de um amigo em Cingapura. O primeiro choque é no avião, quando a classe econômica vira primeira classe. O carinha é o príncipe Harry da Ásia, o solteiro mais cobiçado. ‘Romeu e Julieta’? A família dele não aprova a namorada, e vai fazer de tudo para separá-los.

Você já viu esse filme, mas não com essa tonelada de luxo esfregado na cara do espectador. De tão cafona, é irresistív­el. E tem o que faz a diferença — Michelle Yeoh, como a sogra megera Michelle criou sua persona de heroína. Não pode, de repente, ser uma pessoa ‘do mal’. Tem a questão da diversidad­e. Pelo menos o cinema tem de ser correto. A reviravolt­a... Olha o spoiler. Mas não é ‘Romeu e Julieta’. É mais ‘Cinderela, forever’, e como tal a protagonis­ta vira — literalmen­te — o jogo.

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DIVULGAÇÃO Constance Wu e Henry Golding, os protagonis­tas do longa ‘Podres de Ricos’

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