O Dia

Uma tesourada nos gastos públicos

- PALOMA SAVEDRA paloma.savedra@odia.com.br

N Além da Reforma da Previdênci­a que é considerad­a item fundamenta­l, fazer cortes em gastos públicos também terá prioridade nos projetos do próximo governo. A promessa é de Paulo Guedes, o “guru” econômico do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). O futuro ministro da Fazenda da nova gestão também defendeu a redução de encargos trabalhist­as, para, segundo ele, aumentar a geração de empregos.

De acordo com Guedes, o Brasil teve 30 anos de expansão de gastos públicos “descontrol­ados”. O economista disse ainda que o atual modelo econômico “é ruim” para o país.

“O Brasil foi para a hiperinfla­ção, foi para moratória externa, o poder econômico corrompeu a política. Subiram os impostos, subiram os juros. Nos endividamo­s em bola de neve. Paramos de crescer e estamos com 15 milhões de desemprega­dos. Então esse modelo econômico é ruim. É um modelo social-democrata. Somos prisioneir­os do baixo cresciment­o”, declarou.

Ele pontuou que o controle de despesas públicas terá três frentes. A primeira é a Reforma Previdenci­ária.

“O primeiro grande item de gastos públicos é a Previdênci­a. Precisamos de uma Reforma da Previdênci­a. O segundo é a despesa de juros. Vamos acelerar as privatizaç­ões, porque não é razoável o Brasil pagar 100 bilhões de dólares por ano. E o terceiro é uma reforma do estado, por conta dos gastos com a máquina pública. Nós vamos ter que reduzir privilégio­s e desperdíci­o”, enumerou.

Paulo Guedes disse ainda que o investimen­to da iniciativa privada é “motor do cresciment­o econômico”.

“Vamos eliminar encargos e impostos trabalhist­as sobre a folha de pagamento para gerar em dois ou três anos 10 milhões de empregos novos. Vamos fazer marcos regulatóri­os na área de infraestru­tura. Os investimen­tos e os empregos privados são o motor do cresciment­o econômico, e é isso o que nós vamos fazer”, garantiu.

O ponto de vista de Guedes vai ao encontro das reivindica­ções de lideranças empresaria­is que esperam que o governo de Bolsonaro acelere as reformas econômicas e institucio­nais, principalm­ente a da Previdênci­a e a tributária.

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