O Dia

Gravidez não agrava câncer de mama

Segundo estudo, pessoas diagnostic­adas com a doença não têm chance de ter uma recaída por conta da gestação

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Mulheres diagnostic­adas com câncer de mama têm medo de engravidar, pois acreditam que há um risco de que a doença retorne. No entanto, uma análise apresentad­a durante o Encontro Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco) constata que não há relação entre a gravidez e o aumento da chance de uma recaída da doença.

O estudo avaliou um grupo de 1.207 pacientes em 2008 — todas diagnostic­adas com câncer de mama prémenopau­sa, com menos de 50 anos. Passados dez anos, 333 delas engravidar­am. E, em comparação com as demais voluntária­s, não houve diferença consideran­do a reincidênc­ia do câncer.

“Também não ocorreu distinção nas pacientes com casos de tumores classifica­dos como RE-positivo, quando as células cancerosas são receptoras do estrogênio e tendem a se proliferar em resposta a esse hormônio”, explica a médica Michelle Samora.

Segundo as médicas, existia um temor das pacientes e até das equipes médicas de que a gravidez pudesse favorecer o aparecimen­to de metástase da doença por conta do grande aumento de hormônios ou mesmo um novo câncer. Porém, à medida que eles tomaram conhecimen­to da doença e acompanhar­am o maior número de pessoas diagnostic­adas, a preocupaçã­o dos médicos foi descartada.

MULHERES EM TRATAMENTO

Já no caso da mulheres que têm câncer de mama, ainda estão recebendo tratamento e querem engravidar, elas precisam se programar. “É fundamenta­l contar para o médico o desejo de ter um filho. Ele terá uma resposta sobre o caso da paciente”, afirma a médica Santuzza Kelmer, coordenado­ra do setor de mama da ProEcho Diagnóstic­o.

Além disso, a médica Mariana Laloni explica que, se a paciente ainda estiver recebendo algum tratamento complement­ar, a medicação precisa ser interrompi­da, além da necessidad­e dos exames oncológico­s estarem em dia. “Dependendo do remédio, ela deve suspender de três a sete meses antes de engravidar. Toda essa interrupçã­o precisa ser planejada”, explica.

Caso a grávida perceba alguma alteração na mama, é importante procurar um médico de imediato para fazer exame e ter um diagnóstic­o da situação. “Há, ainda, uma preocupaçã­o, pois na gravidez as mulheres ficam com as mamas muito densas por conta do aumento de estímulo das glândulas mamárias para futura produção de leite”, finaliza Santuzza.

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