O Dia

Presidente eleito convidará Moro

Presidente eleito diz que priorizará porte de armas e manterá teto de gastos. No JN, ataca a ‘Folha’

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Jair Bolsonaro deu entrevista­s ontem a quatro redes de TV (Record, SBT, Rede TV e Globo) e confirmou que deverá convidar o juiz da Lava Jato para ocupar o Ministério da Justiça ou indicá-lo para o STF. Reafirmou também a intenção de flexibiliz­ar a posse e o porte de armas.

Onome de Sérgio Moro foi ventilado pelo presidente eleito Jair Bolsonaro como um dos possíveis integrante­s de seu ministério. Em entrevista­s a diversas redes de TV ontem, ele confirmou que espera contar com o juiz da Lava Jato e afirmou que, entre os temas que uma de suas prioridade­s logo no início do governo será buscar a flexibiliz­ação do porte de armas.

“Agora que passou o período eleitoral eu posso falar. Poderia parecer oportunism­o (antes). Eu pretendo indicá-lo sim. Não só para o Supremo, mas também para o ministério da Justiça. Ele seria de extrema importânci­a para o governo”, disse Bolsonaro, para a TV Record. Moro, em nota, já havia parabeniza­do Bolsonaro pela eleição e desejado que ele “faça um bom governo”.

Gustavo Bebianno, que é um dos nomes mais lembrados para assumir o Ministério da Justiça deixou ontem a presidênci­a do PSL. Se não for para a pasta, o advogado certamente terá outro cargo de alto escalão no novo governo.

Já o deputado federal Ônyx Lorenzoni (DEM-RS), que deve ser o ministro do Gabinete Civil a partir de janeiro, disse que o governo Bolsonaro vai acabar com o “toma lá dá cá” e com o loteamento de cargos e estatais por razões políticas e de coalizão. Segundo ele, isso não impedirá o governo de ter maioria parlamenta­r. “Vamos formar maioria de outra forma”, disse.

O astronauta Marcos Pontes é outro nome certo, para Ciência e Tecnologia. “Só falta o anúncio oficial”, disse o militar ontem, em vídeo.

Já o atual ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, informou que a transição já teve início, com a coleta de dados dos ministério­s sendo realizada há mais de 20 dias.

ARMAS

Nas entrevista­s, Bolsonaro disse que a flexibiliz­ação do porte de armas será uma das primeiras medidas de seu governo. Ele defendeu ser necessário combater o “politicame­nte correto”. “Achar que com todo mundo desarmado, o Brasil vai ser melhor... Não vai ser melhor”, defendeu. “Com certeza, a violência vai diminuir (com o porte de armas flexibiliz­ado)”. Segundo ele, a ideia é, “com a bancada da segurança bastante empenhada”, mudar o Estatuto do Desarmamen­to no primeiro ano.

O ex-capitão também defendeu a PEC do Teto de Gastos, que congela a despesa pública por 20 anos e sugeriu que a Reforma da Previdênci­a seja votada ainda no governo Temer.

Bolsonaro falou ainda para a Rede TV, SBT e para a Globo, durante o Jornal Nacional. Na entrevista para os apresentad­ores William Bonner e Renata Vasconcell­os, o presidente eleito se queixou da ‘Folha de S. Paulo’, que denunciou um suposto esquema de compras de disparos por empresário­s de WhatsApp poucos dias antes da eleição.

Referindo-se a uma assessora que o deputado demitiu após o jornal ter publicado que ela trabalhava em Angra dos Reis, quando deveria estar em Brasília Walderice Santos da Conceição -, Bolsonaro disse que “ação como essa ele não pode considerar digna”.

Para o presidente, o jornal paulista teria criado quase todas as fake news contra ele durante a campanha. “Se depender de mim, (a Folha) não terá verba oficial”, disse. Bonner rebateu: A Folha é um jornal sério, que cumpre um papel importantí­ssimo, um papel que a imprensa desempenha”.

“Achar que com todo mundo desarmado, o Brasil vai ser melhor... Não vai ser melhor”

JAIR BOLSONARO, presidente eleito

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REPRODUÇÃO / TV RECORD
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MARCIO MERCANTE / AGENCIA O DIA Jair Bolsonaro: em entrevista para redes de televisão, presidente eleito defende a manutenção do teto de gastos da União

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