O Dia

OS CORRETORES E AS ASSESSORIA­S

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Eram 19h. Mas ainda havia luzes acesas nos escritório­s em um prédio comercial na Avenida Rio Branco, no Centro do Rio. Lá, há dois andares inteiros destinados à Baeta&Associados, a maior assessoria do país do segmento. A empresa fornece 110 salas sem custos para corretores. Em contrapart­ida, a empresa recebe um percentual de até 5% das apólices firmadas com as principais seguradora­s do país. Mais de 1,4 mil profission­ais atuam em parceria com a assessoria, que também atende profission­ais em São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

Esse tipo de modelo começou a funcionar em 1998, quando as seguradora­s decidiram enxugar a estrutura comercial com o corte dos corretores. Luiz Philipe Baeta Neves, que era funcionári­o da SulAmérica, uma das maiores empresas do setor, era um desses profission­ais. “Quando era funcionári­o, trabalhava na área comercial atendendo corretores. Abri a minha empresa para fazer o mesmo serviço, oferecendo apoio técnico e comercial para os corretores. A seguradora não faz a venda ao consumidor. Ele tem um intermediá­rio, que é o corretor de seguros”, explica o empresário, que também preside a Associação das empresas de assessoria e consultori­a de seguros do estado do Rio de Janeiro (Aconseg-RJ).

PERFIS DE CORRETORES

Os corretores costumam receber um percentual de cerca de 15% da proda dução. Quando a produção chega a R$ 30 mil por mês em vendas, a remuneraçã­o chega a R$ 4,5 mil, obrigando o corretor a abrir a própria empresa. Quando atinge os R$ 50 mil, o profission­al precisa contratar um auxiliar de escritório para manter a produtivid­ade.

Na maioria dos casos, os corretores em atividade na assessoria da Aveni-

Rio Branco são experiente­s e possuem uma carta regular de clientes. Marcio Silva e Diorlando Dantas (na

foto ao lado) atuam em parceria há 15 anos e contam com uma estrutura formada por oito colaborado­res externos e outros dois que trabalham no escritório. A empresa deles tem até página no Facebook. “Estamos sempre procurando nos adequar ao mercado, que está mudando rapidament­e”, explica Diorlando.

Mas nem todos buscam se adaptar ao novo momento do setor, onde a tecnologia passou a fazer a diferença. Aos 60 anos, Ignez de Fátima Gil só usa o WhatsApp para falar com os clientes. “É importante se atualizar, mas isso vale para os mais novos. Trabalho à moda antiga. O meu carisma faz a diferença. É o meu jeito”.

VISÃO ATUALIZADA DA PROFISSÃO

Maria Helena Monteiro, diretora de ensino técnico da Escola Nacional de Seguros, diz que a unidade de ensino aposta no Ensino a Distância (EAD), que conta com mais de 3 mil alunos por ano no país. “Também buscamos atualizar os cursos e a grade curricular para oferecer aos nossos alunos uma visão atualizada da profissão. “O corretor precisa agregar valor ao cliente. Aí, entra o papel do aconselham­ento e da orientação”, avalia.

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HERCULANO BARRETO FILHO

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